Brasil, 15 de outubro de 2025
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Déficit fiscal atinge 8,93% do PIB no 2º trimestre de 2025

Governo revela necessidade de financiamento em nível alarmante e pressões sobre despesas públicas.

No segundo trimestre de 2025, o resultado fiscal do governo geral, que envolve a União, estados e municípios, revelou uma necessidade líquida de financiamento de 8,93% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados foram publicados nesta terça-feira (15/10) pelo Tesouro Nacional, mostrando que o setor público gastou mais do que arrecadou, o que resultou em um endividamento para cobrir a lacuna entre receitas e despesas.

Aumento do déficit fiscal em comparação a 2024

Conforme divulgado, o déficit fiscal apresentou um ligeiro aumento em comparação ao mesmo período de 2024, quando a necessidade de financiamento foi de 8,84% do PIB. Este crescimento se deve, principalmente, ao aumento forte das despesas, que alcançaram um crescimento de 9,06%, superando o crescimento das receitas de 8,86% no acumulado dos últimos 12 meses, conforme explicou o Tesouro Nacional.

Entre os principais fatores que têm pressionado as contas públicas estão o aumento nos gastos com benefícios previdenciários e transferências sociais, além da manutenção de despesas obrigatórias, como salários e custos da máquina pública, que estão crescendo em um ritmo que ultrapassa o crescimento das receitas.

Receitas e despesas do governo geral

No segundo trimestre de 2025, a receita do governo geral teve um leve aumento, passando de 38,35% do PIB no ano anterior para 38,39%. As principais alterações nos componentes da receita incluem um aumento de 0,12 p.p. do PIB nas contribuições sociais, uma queda de 0,40 p.p. nos dividendos, e uma redução de 0,30 p.p. na Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

As despesas do governo geral, que incluem gastos totais e investimentos líquidos, aumentaram de 47,19% do PIB no 2º trimestre de 2024 para 47,32% no período analisado, resultando em uma elevação de 0,13 p.p. do PIB. Uma análise mais detalhada das despesas mostra que os gastos totais subiram de 46,59% para 47,14% do PIB, enquanto o investimento líquido caiu de 0,59% para 0,18% no mesmo período.

“Destaca-se o aumento das despesas com juros, que subiram 1,37 p.p. do PIB, impactadas pela alta na taxa básica de juros, a Selic. A diminuição de 0,42 p.p. no investimento líquido do governo geral também é significativa e é principalmente influenciada pela redução de 0,41 p.p. no investimento líquido dos governos municipais”, ressaltou o Tesouro Nacional.

O que significa a necessidade de financiamento?

A necessidade de financiamento é um indicativo de quanto o governo precisa captar em empréstimos, emissão de títulos ou outros meios de endividamento para equilibrar suas contas. Quando esse número cresce, indica que o Estado está operando com déficit, ou seja, está gastando mais do que arrecada. Esta diferença é frequentemente coberta por meio da emissão de dívida pública, o que eleva o estoque de endividamento e pode pressionar o pagamento de juros relacionados a essa dívida.

Esse cenário acende um sinal de alerta a respeito da trajetória fiscal brasileira, em um momento em que o governo busca cumprir as metas do novo arcabouço fiscal e estabilizar a crescente dívida pública.

Os dados apresentados pelo Tesouro Nacional são cruciais para entender o estado atual das finanças do Brasil e suas implicações para o futuro econômico do país. Com um déficit em crescimento, o governo enfrenta desafios significativos para garantir a sustentabilidade fiscal e promover um crescimento econômico estável.

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