Brasil, 16 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Crise na Ambipar pode virar investigação policial por irregularidades

A companhia solicita inquérito na Polícia Civil de São Paulo para apurar supostos crimes cometidos por ex-diretor financeiro, João Arruda.

A crise envolvendo a Ambipar, grupo de gestão ambiental, pode avançar para uma investigação policial. Na última terça-feira, a empresa pediu à Polícia Civil de São Paulo a abertura de um inquérito para apurar irregularidades que teriam sido praticadas por seu ex-diretor financeiro, João Arruda, conforme antecipado pelo colunista Lauro Jardim, do GLOBO.

Investigação por crimes financeiros e administrativos

Segundo a Ambipar, Arruda é suspeito de cometimento de crimes como falsidade ideológica, estelionato, fraude e abuso na administração da companhia. A solicitação visa esclarecer possíveis irregularidades na gestão de contratos, derivativos e garantias vinculadas a operações financeiras da empresa.

Impactos e riscos na estrutura financeira e judicial

No dia 25 de outubro, a Ambipar conseguiu uma medida cautelar na Justiça que a protege de execuções de dívida por 30 dias, prevendo um possível pedido de recuperação judicial. O movimento foi motivado pela cobrança do Deutsche Bank, que exigiu garantias relacionadas a um empréstimo de US$ 35 milhões, podendo gerar um passivo de cerca de R$ 10 bilhões para a companhia.

Contratos de derivativos e prejuízos

Para obter o financiamento, a Ambipar firmou contratos de derivativos com o Bank of America, posteriormente transferidos para o Deutsche Bank, onde Arruda atuava na época. Os contratos tiveram aditivos que, de acordo com a empresa, reduziram a proteção contra oscilações cambiais e resultaram em prejuízos superiores a R$ 165 milhões. Os procedimentos, ainda segundo a companhia, não passaram pelo conselho de administração, o que pode configurar irregularidades.

Implicações internas e ações judiciais

Relatórios internos da Ambipar apontam documentos e e-mails com indícios de manipulação de informações na negociação com o banco alemão. A defesa de Arruda nega as acusações, afirmando que as alegações são falsas e que as evidências irão demonstrar sua inocência. A Justiça do Rio, por sua vez, negou um recurso do Ministério Público que pedia a suspensão da proteção contra execuções, determinando a entrega de documentos sobre uma filial na capital fluminense e a apresentação de um pedido de recuperação judicial, possivelmente ainda nesta semana.

Uma pessoa próxima à companhia indica que a decisão de solicitar a recuperação judicial deve ocorrer até segunda-feira, após negociações com credores, embora seja improvável a empresa evitar o processo. A situação financeira da Ambipar permanece delicada, agravada por prejuízos e uma possível crise de liderança e governança.

Fonte

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes