O cenário das vendas do comércio varejista em agosto de 2025 revelou uma leve recuperação, com um aumento de 0,2% em comparação ao mês anterior. Após um período de quatro meses consecutivos de queda, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (15 de outubro) apontam para uma leve melhora, destacando um crescimento acumulado de 1,6% no ano e um aumento de 2,2% nos últimos 12 meses. Contudo, essa taxa representa o menor crescimento desde janeiro de 2024, gerando reflexões sobre o comportamento do consumidor e os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil.
Cenário positivo após meses de dificuldades
Após um período marcado por quedas nas vendas, a pesquisa mostrou que cinco dos oito setores analisados apresentaram crescimento em agosto. Os setores que se destacaram foram os de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com um crescimento de 4,9%; seguido por tecidos, vestuário e calçados com 1,0%; e artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria, que registraram um aumento de 0,7%. Outros segmentos, como móveis e eletrodomésticos e hipermercados, também apresentaram crescimento, embora modesto, de 0,4%.
Setores em declínio
Por outro lado, algumas categorias enfrentaram quedas significativas. Livros, jornais e papelaria apresentaram uma diminuição de 2,1%, enquanto combustíveis e lubrificantes e outros artigos de uso pessoal e doméstico caíram 0,6% e 0,5%, respectivamente. O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, comentou sobre o contexto atual, enfatizando que o varejo ainda mantém uma base elevada, mas que as variações recentes foram muito próximas de zero, tanto para altas quanto para baixas. Segundo ele, “a sequência de quatro variações pequenas, mas com viés de baixa, estava sendo significativa para o pico da série de março”.
Entendendo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC)
A PMC, iniciada em janeiro de 1995, é uma ferramenta essencial para acompanhar o desempenho do comércio varejista no Brasil. Ela mede a receita bruta de revenda nas empresas formais do setor e fornece dados sobre faturamento real e nominal, ocupação de pessoal e salários. A pesquisa é crucial para entender a dinâmica do mercado e as tendências de consumo no país, ajudando a traçar estratégias por parte de empresários e formuladores de políticas.
- Iniciada em janeiro de 1995, a pesquisa produz indicadores sobre o comportamento conjuntural do comércio varejista no país.
- O IBGE monitora a receita bruta de revenda nas empresas formais, com 20 ou mais trabalhadores, cuja atividade principal é o comércio varejista.
- A PMC traz indicadores de faturamento real e nominal, pessoal ocupado e salários e outras remunerações.
Comércio Varejista Ampliado
A categorizar o comércio varejista ampliado, que incorpora segmentos como veículos, materiais de construção e atacado, também teve um desempenho misto. Registrou uma alta de 0,9% em agosto em comparação a julho, mas enfrentou uma queda de 2,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, acumulando perdas por três meses consecutivos. No geral, o varejo ampliado teve desempenho negativo tanto no ano quanto nos últimos 12 meses, com -0,4% e 0,7%, respectivamente.
Principais indicadores da PMC
A pesquisa destacou variações significativas nos diferentes setores do varejo, como observadas abaixo:
- Combustíveis e Lubrificantes: -0,4%
- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,5%
- Tecidos, vestuário e calçados: 0,7%
- Móveis e eletrodomésticos: 2,7%
- Artigos farmacêuticos e de perfumaria: 2,3%
- Livros, jornais e papelaria: -0,5%
- Equipamentos e material para escritório: -0,7%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 2,1%
Os dados da PMC são importantes para empresários e economistas, pois oferecem uma visão ampla do ambiente de consumo e das preferências da população. Embora o crescimento em agosto seja um sinal positivo, muitos desafios ainda permanecem para estimular uma recuperação robusta no setor.
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