Um destacado professor de educação religiosa da Inglaterra criticou a decisão do governo de eliminar as bolsas para formação de futuros professores de religião católica, alertando para o risco de prejudicar a missão e a liderança das escolas católicas no país. A medida, anunciada em 7 de outubro, reduz de 10.000 libras para zero o valor das bolsas destinadas à formação em 2026-2027.
Avaliação do impacto nas escolas católicas
Andy Lewis, vice-diretor da St. Bonaventure Catholic Secondary School, afirmou à CNA que a decisão terá um impacto “significativo” na capacidade das escolas de recrutar especialistas em educação religiosa. “Com a ausência de bolsas, torna-se mais difícil convencer pessoas a seguirem essa carreira, especialmente considerando os custos” afirmou Lewis, autor de livros didáticos de religião e colaborador na elaboração de uma nova qualificação em educação religiosa com o apoio do Serviço de Educação Católica (CES).
Segundo ele, “a falta de bolsas, especialmente quando há dificuldades de recrutamento, prejudica toda a comunidade da educação religiosa”. Apesar do alto padrão de ensino nas escolas católicas do país, muitas enfrentam dificuldades para preencher suas equipes de educação religiosa com profissionais qualificados, sendo comum a presença de docentes não especializados na disciplina.
Importância do ensino religioso nas escolas católicas
Na Inglaterra e País de Gales, a educação religiosa é considerada “o núcleo do currículo” pelo CES, que dedica pelo menos 10% do conteúdo escolar a essa disciplina. Apesar do padrão elevado, a falta de recursos para formação de professores ameaça comprometer o cumprimento dos objetivos pedagógicos e espirituais dessa área, essenciais para a missão das escolas católicas.
Lewis reforça que a ausência de bolsas de estudo compromete os esforços para cumprir as diretrizes da Diretoria de Educação Religiosa (RED) e os requisitos do Relatório do Inspetor Escolar Católico, dificultando a formação integral dos estudantes de acordo com a doutrina da Igreja.
Desafios de recrutamento e liderança
Paul Barber, diretor do CES, criticou duramente a decisão do governo, alegando que ela agrava a escassez de professores de educação religiosa, que já enfrenta dificuldades há mais de uma década. “Esse corte prejudica também a liderança nas escolas”, afirmou Barber, destacando que muitos gestores escolares começaram suas carreiras como professores de RE.
Barber enfatizou que a falta de profissionais especializados também impacta a capacidade de preencher vagas em cargos de liderança nas instituições, comprometendo a continuidade do projeto pedagógico e missionário das escolas católicas.
Chamado à ação e alternativas futuras
Lewis conclama toda a comunidade católica a buscar alternativas para ampliar a formação de professores de religião. “Precisamos de ações concretas”, afirmou, questionando como incentivar e atrair mais talentos para a docência de religião católica nas escolas.
O CES está trabalhando na implementação de uma nova certificação de pós-graduação em educação religiosa, fruto de uma parceria entre a Diocese de Arundel e Brighton e a Universidade de St. Mary’s, em Twickenham, Londres, como uma estratégia para elevar o número de especialistas na área.
Para mais detalhes, consulte o documento oficial do CES de novembro de 2024.

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