Os Correios anunciaram nesta quarta-feira (15) uma estratégia de diversificação de receitas, incluindo a venda de seguros oferecidos pelo site e balcões, em meio a uma crise financeira que resultou em prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025. A iniciativa visa reforçar o caixa da estatal, afetado pelos atrasos nos pagamentos e pelo rombo de caixa de R$ 20 bilhões negociado com bancos.
Seguros como alternativa para inovação e receita
Os seguros, comercializados em parceria com a CNP Seguradora, do grupo francês CNP Assurances, começaram a ser oferecidos em 2024 para tentar equilibrar as finanças. São disponibilizadas modalidades como microsseguros e seguros simplificados, com preços entre R$ 14,99 e R$ 32,99, comprados pelo celular, WhatsApp ou nos balcões dos Correios.
Modalidades de seguros ofertadas
As opções incluem seguro contra roubo ou furto de bolsas, mochilas ou carteiras, além de cobertura para transações indevidas com cartões roubados. Também há seguros de vida em caso de doença grave ou acidente, que fornecem telemedicina 24h e descontos em medicamentos, sendo uma modalidade estendida a até três pessoas.
Outros seguros disponíveis são o funeral, que cobre despesas e organização do funeral; seguro residencial, contra incêndio, raio, explosão e vendaval, além de apoio por danos elétricos e pagamento de aluguel em caso de sinistro; e o seguro empresarial voltado ao Microempreendedor Individual (MEI) e pequenos negócios.
Prejuízos e esforços de recuperação
Na coletiva, o presidente Emmanoel Schmidt Rondon revelou que, em 2024, os Correios gastaram R$ 2,9 bilhões do caixa e aplicações financeiras, o que corresponde a 92% do total do final de 2023. Além disso, a empresa tomou um empréstimo de R$ 1,8 bilhão, na gestão anterior, para sustentar o fluxo de caixa operacional.
O rombo financeiro ocasionou atrasos nos repasses a parceiros, diminuição na capacidade de entrega de encomendas e suspensão de atendimentos hospitalares devido à inadimplência, agravando ainda mais a crise.
Plano de recuperação e medidas adotadas
O plano de recuperação inclui corte de despesas administrativas e operacionais, venda de imóveis ociosos e renegociação de contratos. A empresa também pretende ampliar a receita com novos produtos, embora detalhes específicos não tenham sido divulgados.
Além disso, está prevista a abertura de um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV), após o encerramento de outro em maio com a adesão de 3.500 funcionários. O maior destaque é a busca por um empréstimo de R$ 20 bilhões, que aliviará o caixa entre 2025 e 2026 para facilitar uma reestruturação a longo prazo.
Embora muitas dessas medidas já tivessem sido adotadas na gestão anterior, a venda de seguros surge como uma tentativa de inovação para enfrentar a crise e diversificar as receitas do Correios.
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