Os Correios anunciaram nesta quarta-feira (15) que pretendem captar R$ 20 bilhões em financiamentos para tentar superar a pior crise financeira de sua história recente. O pedido de crédito visa reforçar o caixa, modernizar operações e quitar dívidas, após registrar um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025.
Despesas crescentes e queda na receita
Entre janeiro e junho, as despesas administrativas somaram R$ 3,4 bilhões, com aumento de 74% em relação ao mesmo período de 2024. Os gastos consideram reajustes salariais, precatórios e dívidas trabalhistas, além do encolhimento do caixa, que caiu de R$ 2,9 bilhões em 2023 para R$ 126 milhões em 2025. Essa situação tem causado atrasos em repasses a fornecedores, transportadoras e no plano de saúde dos funcionários.
Queda nas encomendas internacionais prejudica receita
As receitas sofreram uma forte redução, com uma diminuição de mais de R$ 1 bilhão no semestre. A principal perda ocorreu nas encomendas internacionais, que recuaram 62%, de R$ 2,1 bilhões para R$ 815 milhões. Segundo os Correios, essa retração é resultado de fatores externos, sendo destaque a cobrança de tributo de até US$ 50 em compras estrangeiras, o que reduziu o volume de postagens vindas do exterior.
Plano de recuperação busca cortes e inovação
Desde maio, a estatal implementa um plano que prevê corte de custos e diversificação de receitas, com medidas como redução de 20% de cargos comissionados, programa de desligamento voluntário, suspensão temporária de férias e redução de jornada de trabalho. Além disso, há planos de venda de imóveis ociosos e criação de um marketplace próprio ainda em 2025, com expectativa de economizar até R$ 1,5 bilhão.
Resistência sindical e desafios internos
As ações enfrentam resistência de sindicatos, que demandam garantias trabalhistas e mais diálogo, incluindo discussão regional sobre a suspensão de férias e retorno à jornada integral. Apesar das medidas, a situação dos Correios permanece delicada, com 11 trimestres consecutivos de prejuízo e dependência de recursos externos para manter operações em 2026.
Situação estrutural e perspectivas futuras
Analistas apontam para a necessidade de uma revisão profunda no modelo de negócios dos Correios, diante da combinação de queda na receita e aumento de custos. Técnicos internos reconhecem que a sustentabilidade da estatal a médio prazo está ameaçada, o que exige mudanças estratégicas significativas.
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