O presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, lançou nesta quarta-feira (15) a primeira fase do plano de reestruturação da estatal, que enfrenta uma das maiores crises financeiras de sua história. O pacote inclui medidas de corte de despesas, diversificação de receitas e aumento da liquidez, com o objetivo de recuperar a estabilidade financeira da empresa.
Medidas principais para reequilibrar as contas dos Correios
O programa de reestruturação visa reduzir custos operacionais e administrativos, aumentar as fontes de receita, além de restabelecer a liquidez da estatal. Entre as ações, destaque para a implementação de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), que envolverá um diagnóstico da força de trabalho para identificar setores com desempenho insatisfatório, evitando perdas na capacidade operacional.
Venda de imóveis e renegociação de contratos
Outra estratégia da gestão é a venda de imóveis ociosos, o que deve gerar entrada de recursos e reduzir custos de manutenção. Dados da empresa apontam que essa medida pode impactar positivamente as despesas. Além disso, a estatal iniciará negociações com fornecedores para obter condições mais vantajosas, buscando melhorar os acordos atuais sem comprometer a segurança jurídica.
Crise financeira e necessidade de aumento de liquidez
Os Correios encerraram o segundo trimestre de 2025 com um prejuízo líquido de R$ 2,64 bilhões, acumulando perdas de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre do ano. A situação exige ações emergenciais de reforço de caixa, com uma operação de crédito de R$ 20 bilhões, viabilizada por um consórcio de bancos.
Operação de crédito e condições negociadas
O modelo envolve uma parceria entre instituições financeiras, com garantias do governo e condições compatíveis com o mercado, visando atender às necessidades de caixa até 2026. Segundo Rondon, a operação está em negociação com um sindicato de bancos e será realizada com garantias da União, incluindo contrapartidas como venda de imóveis e revisão de contratos.
Desafios e perspectivas para a recuperação
Apesar das medidas emergenciais, os Correios enfrentam um cenário desafiador, com despesas com pessoal crescendo 9,3% no primeiro semestre, totalizando R$ 5,6 bilhões, e um passivo com benefícios de empregados que alcança R$ 13,7 bilhões. A troca na presidência, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, busca um perfil técnico para liderar a reestruturação.
Rondon destacou que o objetivo é atingir o equilíbrio financeiro, de modo que as despesas sejam suficientes para pagar os compromissos e reduzir o déficit. A expectativa é que, com o conjunto de ações, a estatal consiga estabilizar suas contas e retornar ao azul até 2027.
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