A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, se encontraram nesta quarta-feira em Assunção, no Paraguai, em uma reunião com a Conmebol sobre as finais dos torneios sul-americanos, especificamente a Libertadores. Este encontro foi o primeiro após uma série de acusações feitas por Bap contra a postura de Leila nas discussões referentes à Libra e aos direitos de televisão.
Tensões entre os clubes
O clima entre os dois presidentes permanece tenso, indicando um afastamento significativo que tem suas raízes em decisões e posturas sobre a Libra, entidade que gerencia os direitos de transmissão dos clubes. Durante o encontro, Leila Pereira se mostrou reticente em ampliar os comentários que já havia feito sobre o dirigente rubro-negro, optando por se alinhar à estratégia de deixar Bap “falando sozinho”, conforme apurado por diversos jornalistas presentes.
Esse afastamento se intensificou após Bap insinuar que Leila teria emprestado dinheiro ao Vasco com o intuito de obter vantagens esportivas para o Palmeiras. Nos bastidores do clube paulista, essa sugestão foi desconsiderada como uma tentativa de desestabilizar a diretoria alviverde, levando a diretoria do Palmeiras a avaliar as declarações de Bap como sem fundamento.
Acusações e desmentidos
Entre as acusações levantadas por Bap está a afirmação de que a posição do Palmeiras na Libra é claramente antagônica aos interesses do Flamengo. Ele declarou em entrevista que “tentamos isso durante oito meses”, referindo-se à luta do Flamengo por um tratamento mais justo nas negociações de direitos de transmissão. De acordo com Bap, o Flamengo só começou a ser ouvido após entrar com um processo na Justiça, evidenciando a necessidade de equidade nas distribuições de receitas e o critério de audiência.
Enquanto isso, a presidente do Palmeiras se manteve discreta e focada em defender os interesses de seu clube sem, aparentemente, entrar em uma troca direta de acusações. Sua postura foi interpretada como uma forma de evitar uma escalada nas hostilidades, preferindo deixar os debates mais acalorados para o campo judicial.
A situação da Libra
A Libra, que tem sido um ponto de discórdia entre os clubes grandes do futebol brasileiro, se encontra em uma situação delicada. O Flamengo bloqueou, através de uma liminar, R$ 77 milhões que seriam destinados a vários clubes, incluindo o Palmeiras, pela TV Globo. Esse ato motivou uma série de protestos, incluindo um manifesto unificado das equipes da Libra, que se sentem prejudicadas pela crise de distribuição de receitas.
A discussões técnicas sobre os critérios de distribuição dos recursos serão debatidas em uma arbitragem decidida pela Justiça, um passo necessário para encontrar um consenso que beneficie todas as partes envolvidas. Apesar das tensões, Bap reafirmou que o Flamengo não pretende deixar a Libra, indicando que o clube está aberto a propostas que possam melhorar a situação, enquanto mantém a liminar que protege seus interesses financeiros.
Reflexos no futebol brasileiro
As disputas entre clubes como Palmeiras e Flamengo são um reflexo da crescente rivalidade no futebol brasileiro, que não se limita apenas a campo, mas se estende ao revezamento de acusações e tentativas de manipulação de situações que, segundo os clubes, afetam sua competitividade e receitas. As palavras de Bap, e a ação do Flamengo na justiça, mostram que a rivalidade transcende as quatro linhas e adentra o complexo mundo das negociações e administrações de clubes.
Com a reunião em Assunção, os refletores se voltam não só para as finais da Libertadores, mas também para como essas relações entre clubes impactarão o futuro do futebol brasileiro. A expectativa é que as disputas possam ser resolvidas nos tribunais e que a Libra encontre uma forma de redundar uma gestão mais equilibrada entre seus membros, assegurando que todos os clubes tenham voz e vez nas deliberações que afetam suas finanças e competições.
