Brasil, 16 de outubro de 2025
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Brasil intensifica negociações comerciais para diversificar o mercado

Após o Tarifão, Brasil acelera negociações do Mercosul com Ásia, Europa e outros parceiros para reduzir dependência dos EUA

Até dezembro, o Brasil lidera pelo menos seis negociações comerciais no Mercosul, incluindo acordos em estágios avançados e novas conversas com países na Ásia, Europa e Oriente Médio. A estratégia visa diversificar a pauta de exportações e reduzir a dependência dos Estados Unidos, especialmente após as tarifas e barreiras impostas pelo governo de Donald Trump. Essa movimentação está alinhada às ações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e reflete a necessidade estratégica de ampliar parcerias comerciais.

Impulso às negociações internacionais do Mercosul

Segundo Carlos Frederico Coelho, professor da PUC-Rio, a guerra comercial de Trump acelerou essas negociações, que vinham sendo discutidas há anos. Um exemplo é o Acordo Mercosul-União Europeia, atualmente na fase final de ajustes, com previsão de assinatura em breve. Além disso, o governo brasileiro planeja enviar ao Congresso até o fim deste ano o acordo com Singapura, que é o sexto maior destino das exportações brasileiras e uma ponte importante para mercados asiáticos, conforme o especialista.

Foco em acordos estratégicos na Ásia e outros mercados

Após Singapura, o Brasil trabalha na negociação de acordos de complementação econômica com México e Índia, que visam ampliar vinculações comerciais, embora não sejam tratados de livre comércio. Em paralelo, há intenções de retomar tratativas com o Canadá e avançar nas conversas com Indonésia e Vietnã, países cuja forte indústria brasileira teme a competitividade das indústrias asiáticas. Uma delegação brasileira está atualmente na Índia para consolidar essas negociações.

Contexto geopolítico e riscos para o setor industrial

José Niemeyer, professor de Relações Internacionais do Ibmec-RJ, explica que o protecionismo de Trump reforçou a busca por alternativas comerciais. Ele destaca que a China, por sua vez, atua de forma mais estratégica, aproveitando a crescente integração no Sudeste Asiático e expandindo sua influência político-diplomática e militar. Nesse cenário, o Brasil tem buscado novos parceiros, principalmente entre países próximos à China, para fortalecer sua rede de comércio e reduzir vulnerabilidades.

Desafios na construção de redes logísticas e cadeias de valor

O Ministério do Desenvolvimento projeta concluir negociações com os Emirados Árabes Unidos, retomar tratativas com o Canadá, além de avançar com Indonésia, Vietnã e iniciar conversas com o Japão. Lia Valls, pesquisadora da FGV Ibre, alerta que, apesar da urgência, diversificar o comércio exterior não é uma tarefa fácil, pois exige tempo para construir ou reconstruir redes logísticas e cadeias de valor eficientes. O esforço é considerado estratégico para o Brasil, diante do cenário de crescente protecionismo global.

Mais informações podem ser acessadas no site do Globo.

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