Os títulos argentinos com vencimento em 2035 subiram quase dois centavos, sendo negociados acima de 59 centavos por dólar, de acordo com dados indicativos da Bloomberg. Ao mesmo tempo, o peso argentino conseguiu recuperar suas perdas anteriores, operando estável a cerca de 1.360 pesos por dólar. A notícia da possível ajuda norte-americana impactou positivamente o mercado nesta quarta-feira.
Pacote de ajuda de até US$ 40 bilhões para a Argentina
Segundo informações de veículos como o Axios e o site Semafor, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, está elaborando uma linha de financiamento de US$ 20 bilhões, que complementaria uma linha de swap cambial já anunciada no mesmo valor. Assim, o total de assistência financeira prevista chega a aproximadamente US$ 40 bilhões.
“Estamos trabalhando em uma linha de crédito de US$ 20 bilhões, que seria complementar à nossa linha de swap de moedas, envolvendo bancos privados e fundos soberanos. Isso totalizaria US$ 40 bilhões para a Argentina”, afirmou Bessent em Washington, em declarações reproduzidas pela imprensa local. A iniciativa visa apoiar o pagamento da dívida do país e estabilizar a economia argentina.
Reação do mercado e suporte internacional
O auxílio não é apenas uma estratégia de apoio econômico, mas também uma resposta às políticas internas do governo de Javier Milei. Enquanto isso, o mercado cambial argentino experimentou turbulências após declarações do presidente Donald Trump, que pareceram condicionar certa ajuda à vitória de Milei nas eleições legislativas marcadas para 26 de outubro. Segundo o La Nacion, os ativos argentinos refletiram essa volatilidade, embora tenham reagido positivamente às notícias de apoio dos EUA.
Negociações e apoio do setor privado
De acordo com Bessent, a linha de financiamento de US$ 20 bilhões estaria sendo negociada junto a bancos privados e fundos soberanos, reforçando a participação do setor privado na resolução da crise. “Muitos bancos e fundos manifestaram interesse, e estamos trabalhando nisso há semanas”, afirmou o secretário do Tesouro. Ele também destacou que o apoio dos Estados Unidos seguiria independente do resultado eleitoral e das negociações internas na Argentina.
Implicações políticas e econômicas
O possível respaldo dos EUA inclui o uso de reservas em Direitos Especiais de Saque (DES), ativo de reserva do Fundo Monetário Internacional (FMI), para respaldar o swap cambial. Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, mantém diálogo com Bessent sobre a situação argentina, colaborando para fortalecer o apoio internacional ao país.
Por sua vez, o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, reafirmou que os Estados Unidos manterão seu compromisso com uma linha de swap de US$ 20 bilhões, independentemente do resultado das eleições. “O apoio permanece firme, e continuamos negociando para estabilizar a moeda local”, afirmou Caputo, que também destacou a importância da cooperação internacional para recuperar a estabilidade econômica argentina.
Perspectivas futuras
A expectativa é que o pacote de ajuda auxilie a desacelerar a desvalorização do peso e fortaleça o mercado financeiro argentino, que vem sofrendo desde a semana passada. Além disso, a iniciativa reforça o papel dos Estados Unidos como força mediadora na crise econômica do país vizinho, buscando evitar uma deterioração ainda maior da situação cambial e fiscal.
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