Brasil, 15 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Apagão causado por falha pontual expõe fragilidade do sistema elétrico brasileiro

Interrupção de 10GW na madrugada atinge o país e revela problemas de coordenação e infraestrutura no setor de energia

Na madrugada desta segunda-feira (14), uma falha técnica pontual em uma subestação na Região Metropolitana de Curitiba provocou um apagão nacional, com corte de cerca de 10 gigawatts (GW) de energia, um volume inédito durante o horário de menor consumo. Especialistas consideram o incidente uma grave fragilidade na infraestrutura elétrica brasileira.

Problema isolado ou falha estrutural?

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, classificou o evento como um problema “pontual”, minimizando sua gravidade. No entanto, analistas e fontes do setor apontam que a ocorrência revela uma fragilidade estrutural, evidenciando a falta de coordenação no setor de energia elétrica. “Era para ser um problema mais localizado, que se resolve em minutos. Mas, em vez disso, a situação se espalhou, causando um apagão de proporções inéditas”, afirmou a especialista em infraestrutura energética, Magda Chambriard.

Impacto e precedentes

De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), este foi o segundo maior apagão registrado durante o governo atual, superado apenas pelo episódio de agosto de 2023, quando o corte atingiu 18GW. O evento ocorreu às 00h32, momento de menor demanda e consumo em diminuição, o que poderia ter minimizado os efeitos se a falha tivesse ocorrido durante o dia. “Se fosse durante o período de maior consumo, a situação teria sido ainda mais grave”, destacou o especialista em energia, João Pedro Silva.

Fragilidade das linhas de transmissão e riscos futuros

Magda Chambriard também alertou que a ocorrência expõe a fragilidade nas linhas de transmissão, especialmente na região do Paraná, responsável por linhas vindas de Itaipu, uma das maiores fontes de energia do país. “Com o verão e eventos climáticos extremos se aproximando, há risco de novas falhas semelhantes”, alerta a ex-diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O risco, segundo ela, requer uma urgente reavaliação da governança do setor, que atualmente está descoordenado e depende de decisões do Congresso, que muitas vezes não tem expertise em energia.

Respostas institucionais e próximos passos

Para evitar futuras ocorrências, o setor demanda uma maior coordenação e planejamento. O Ministério de Minas e Energia e o ONS definiram uma série de ações para fortalecer a resiliência do sistema, incluindo melhorias na gestão operacional e na manutenção de equipamentos. Além disso, especialistas reforçam que o setor precisa de uma governança mais efetiva, que vá além do atual modelo fragmentado.

Intermitência de fontes renováveis e desafios adicionais

Embora parte das explicações sugiram que fontes renováveis, como solar e eólica, possam estar relacionadas a problemas de estabilidade, os especialistas esclarecem que a maior parte da geração dessas fontes está concentrada na Região Nordeste, enquanto o incidente ocorreu no Sul do país, onde o vento e a potência solar no momento eram baixos.

Para entender a complexidade do sistema e os riscos envolvidos, assista ao vídeo sobre o apagão no Aeroporto Santos Dumont durante o episódio: vídeo do Santos Dumont às escuras.

Segundo análises recentes, a recuperação lenta após eventos como esse evidencia que o sistema precisa de mudanças estruturais, especialmente na gestão e na manutenção do setor de energia elétrica, que atualmente apresenta sinais de desordem e descoordenação.

Para mais detalhes, acesse o artigo completo no link original.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes