A cantora Anitta fez um apelo na última terça-feira, 14 de outubro, para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indique uma mulher para a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A artista utilizou suas redes sociais para enfatizar a importância da representatividade feminina na corte que, ao longo de seus 134 anos de história, teve apenas três mulheres em um total de 172 ministros, sendo que nenhuma delas era negra.
A história de um tribunal majoritariamente masculino
Se o presidente Lula optar por indicar um homem para a vaga, o STF contará com dez ministros, dos quais apenas uma será mulher: a ministra Cármen Lúcia, nomeada por Lula em 2006. As únicas outras duas mulheres que já atuaram no tribunal foram Ellen Gracie, indicada por Fernando Henrique Cardoso em 2000 e aposentada em 2011, e Rosa Weber, nomeada por Dilma Rousseff e que se aposentou em 2023.
Anitta ressaltou, em sua publicação no Instagram, que “existem mulheres qualificadas para o cargo em nosso país, onde a maioria da população é formada por mulheres”. A cantora manifestou seu desejo com “toda esperança” de que Lula considere sua solicitação. “Um dos ministros do STF se aposentou. O presidente Lula terá que indicar um novo nome. Gostaria de tornar público um pedido para que seja uma mulher”, disse.
Por que é importante a escolha de uma mulher para o STF?
A escolha de uma mulher para integrar o STF é considerada essencial para promover a equidade de gênero nos espaços de poder e decisão. O STF desempenha um papel crucial na sociedade brasileira, responsável por garantir os direitos e a justiça. A presença feminina na corte pode trazer novas perspectivas e experiências que enriquecem deliberamente o debate jurídico e social.
Além disso, a pouca representatividade das mulheres na política e na Justiça é um reflexo das desigualdades que ainda persistem na sociedade. Anitta, como uma figura pública influente, utiliza sua plataforma para levantar questões sociais importantes e para engajar seu público em debates relevantes que moldam o futuro do país.
O que vem a seguir? Um novo ministro no STF
Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria antecipadamente no dia 9 de outubro, e a vacância será oficializada a partir do dia 18 de outubro. Neste período, as expectativas são altas em relação à escolha do novo ministro. Durante seu terceiro mandato, o presidente Lula já fez duas indicações: Flávio Dino, que ocupou a vaga de Rosa Weber, e Cristiano Zanin, indicado no lugar de Ricardo Lewandowski. Neste contexto, a pressão por uma indicação feminina se torna ainda mais relevante.
A exemplo de Anitta, diversas outras vozes na sociedade civil e no ativismo social têm se manifestado a favor da diversidade de gênero não apenas no STF, mas em todos os níveis de representação. As discussões sobre a importância de garantir que diferentes perspectivas sejam ouvidas ganham cada vez mais espaço nos debates públicos.
A repercussão nas redes sociais
O pedido de Anitta rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais, levantando um debate sobre a representatividade feminina e a importância de uma justiça mais inclusiva. Muitas internautas apoiaram a artista, destacando a pertinência de sua solicitação e a necessidade de vozes femininas nas instâncias de poder. A hashtag #MulheresNoSTF começou a circular, demonstrando o apoio popular à causa e à proposta de Anitta.
À medida que o debate se intensifica e o momento se aproxima da indicação oficial, será interessante observar como o presidente Lula responderá ao clamor da população e se atenderá ao pedido de Anitta e de muitos outros que acreditam que a hora é de promover mudanças significativas na estrutura do nosso sistema judiciário.
Com a sociedade cada vez mais engajada e atenta às questões de igualdade e justiça, nos resta observar como se desenrolará essa história e qual será o impacto da escolha de novos representantes na corte. O futuro da justiça no Brasil pode, sim, ganhar uma nova cara.