Nesta semana, a Turning Point USA, grupo conservador fundado por Charlie Kirk, anunciou a realização de um show de intervalo chamado “The All American Halftime Show” para competir com o tradicional espetáculo do Super Bowl, que neste ano contará com Bad Bunny como artista principal. A iniciativa visa promover uma narrativa “mais americana” e tem gerado reações explosivas nas redes sociais.
Reação ao show de Bad Bunny e a controvérsia sobre sua cidadania
Bad Bunny foi escolhido para ser o artista do intervalo do Super Bowl 2024, o que provocou reações de choque e indignação entre conservadores, que alegam que o artista não representa os valores “verdadeiramente americanos”. Apesar de ser porto-riquenho, o artista é cidadão dos Estados Unidos, pois Porto Rico é um território do país.
Em sua participação na abertura da 51ª temporada do Saturday Night Live, Bad Bunny respondeu às críticas com humor: “Vocês têm quatro meses para aprender”, disse, zombando da rejeição à sua presença. Sua presença ganhou destaque e refletiu uma discussão mais ampla sobre identidade e cidadania.
Divergências e a criação do “All American Halftime Show”
De modo similar à reação de conservadores, a Turning Point USA anunciou seu próprio evento, “The All American Halftime Show”, previsto para o mesmo dia do espetáculo oficial. A organização, agora liderada por Erika Kirk — viúva do fundador Charlie Kirk, morto em 2025 — convidou seus apoiadores a votar pelos gêneros musicais preferidos em seu site oficial, incluindo opções como country, rock, hip-hop, pop e “qualquer coisa em inglês”.
Viés cultural e críticas internas
O grupo já manifestou opiniões controversas anteriormente, criticando gêneros musicais como o country e o hip-hop. Kirk chegou a afirmar, em 2023, que o country “é uma afronta aos seus sentidos” e que “mal considera isso música”, além de condenar o rap e o hip-hop como “degenerados”. Essas declarações reacendem o debate sobre o caráter “verdadeiramente americano” do evento.
Reações nas redes sociais ao movimento da Turning Point
Nas redes, a reação foi de frustração, ironia e críticas ao movimento de Kirk. Diversos tweets surgiram com comentários como: “brancos quando não estão no centro das atenções” e “Bad Bunny é porto-riquenho, Porto Rico é território dos EUA… Já temos um Super Bowl ‘all American’”. Outros apontaram para a questão da cidadania de Bad Bunny, que é oficialmente um cidadão dos Estados Unidos pela condição de Porto Rico.
Algumas postagens também destacaram uma suposta “discriminação” contra artistas latinos e brasileiros, ao passo que fãs de Bad Bunny reforçam sua cidadania norte-americana e a naturalização do artista como símbolo cultural da Puerto Rico e dos Estados Unidos.
Expectativas e próximas ações
O show de intervalo “All American” ainda não teve sua atração principal divulgada, mas especula-se que nomes como Lee Greenwood e Kid Rock possam estar na lista. A controvérsia promete continuar, refletindo as tensões culturais e ideológicas que permeiam o evento esportivo mais assistido do país.
Ao mesmo tempo, a oposição à escolha de Bad Bunny e a mobilização de grupos como a Turning Point USa evidenciam as disputas de narrativa em torno do que significa ser “realmente americano” na era moderna.