Durante a cerimônia de assinatura de um acordo de paz em Sharm El-Sheikh, Egito, na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, evitou declarar compromisso com a criação de um Estado palestino, aumentando a incerteza sobre o futuro da região.
Falta de menção clara à solução de dois Estados
No evento que contou com lideranças de países como Qatar, Egito e Turquia, Trump assinalou a assinatura do documento “Declaração Trump por Paz Duradoura e Prosperidade”, que busca consolidar a trégua entre israelenses e palestinos. Porém, durante o discurso, não fez qualquer referência ao reconhecimento de um Estado palestino, levando a questionamentos sobre o alinhamento dos EUA na busca por uma solução de dois Estados.
O acordo de paz menciona a implementação de iniciativas para paz, segurança e estabilidade na região, mas não apresenta planos concretos para o futuro político de Gaza ou de territórios palestinos. “Durante o processo de reconstrução de Gaza, condições podem finalmente se criar para um caminho credível rumo à autodeterminação e ao Estado palestino”, dizia o plano de Trump, lançado anteriormente em seu pacote de 20 pontos.
Reações e expectativas
Líderes europeus elogiaram a iniciativa, incluindo o primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, que afirmou que a assinatura representa um avanço significativo. “Esta é sua conquista, presidente Trump. Agradecemos seus esforços incansáveis para alcançar esse momento”, disse Starmer. O presidente francês Emmanuel Macron também celebrou o dia como “histórico” para israelenses e palestinos, reforçando a esperança de passos concretos à frente.
No entanto, persists a dúvida sobre o que acontecerá com Gaza, principalmente em relação à governança e ao reconhecimento oficial de um Estado palestino. Trump declarou que, em sua visão, “as condições podem estar finally propícias” à autodeterminação, mas sua ausência de uma posição clara e as críticas anteriores ao reconhecimento internacional de Palestina indicam que esse tema não aparece com prioridade nesta fase.
Perspectivas futuras e desafios
Autoridades e analistas alertam que, embora o acordo e a assinatura simbolizem passos importantes, muitos obstáculos permanecem na política de paz. A ausência de uma definição sobre o futuro de Gaza e o reconhecimento de um Estado palestino pode gerar novas tensões e dificuldades na implementação do processo de paz. Especialistas ressaltam que o que se espera agora é continuidade nas negociações e maior clareza das intenções dos envolvidos.
O futuro da paz na região dependerá, sobretudo, da capacidade de garantir uma governança eficaz em Gaza e de avançar na questão do reconhecimento palestino, temas que continuam a dividir as partes e que permanecem como os maiores desafios à estabilidade duradoura.