Durante audiência acalorada na Comissão de Justiça do Senado nesta terça-feira, a procuradora-geral Pam Bondi demonstrou uma postura confrontadora e emocional, defendendo veementemente o governo Trump e rejeitando perguntas feitas por senadores democratas. A sessão foi marcada por interrupções frequentes e respostas evasivas a temas polêmicos, como investigações do FBI e o uso do Departamento de Justiça politicamente.
Erro na condução e respostas controversas de Bondi
O presidente da comissão, senador Chuck Grassley (R-Iowa), não interveio para acalmar o ambiente, permitindo que Bondi avançasse com ataques pessoais e discursos de forte carga política. Uma das principais provocadoras foi a reação de Bondi ao ser questionada sobre suas possíveis ligações com interesses estrangeiros, como a lobby para o Qatar enquanto trabalhava na Ballard Partners.
Ela também evitou responder às perguntas sobre investigações do FBI relacionadas ao capitólio de 6 de janeiro, alegando não ter conhecimento ou não querer discutir conversas internas com os legisladores.
Questionamentos sobre transparência e possível politicagem
Solicitações de evidências e acusações de parcialidade
Senadores como Schiff e Durbin criticaram duramente a postura de Bondi, que chegou a acusar um dos questionadores de mentir, num tom considerado inadequado por alguns membros. Schiff pediu explicitamente o acesso a gravações de supostos recebimentos de propinas por parte do ex-oficial Tom Homan, que Bondi se recusou a fornecer.
Ao ser questionada sobre o pagamento de US$ 50 mil a Homan por supostas transações ilícitas, Bondi se limitou a dizer que “não iria discutir detalhes internos”. A resistência em prestar informações reforça as preocupações sobre transparência na gestão de casos delicados pelo Departamento de Justiça.
Política, polarização e impacto na Justiça
O enfoque do depoimento foi percebido por observadores como uma tentativa de defender a administração Trump e atacar seus opositores políticos, além de minimizar investigações em andamento. A postura de Bondi também evidenciou uma forte rejeição às perguntas sobre as ações do governo durante o período de pandemia e as intervenções em cidades com governos democratas, como Chicago e Los Angeles.
Estes momentos revelam um momento de grande tensão política no Congresso, com questão central sobre o uso do aparato judicial para advogar por interesses políticos e a ausência de respostas concretas às preocupações dos legisladores democratas.
Perspectivas futuras e repercussões
Especialistas apontam que o comportamento de Bondi reforça a polarização e levanta dúvidas sobre a imparcialidade do aparato jurídico em temas sensíveis. A sessão servirá de base para futuras investigações e debates sobre o uso do Departamento de Justiça na política partidária.
O senador Durbin afirmou que este tipo de postura é incomum e preocupante, indicando uma possível crise de credibilidade na administração do órgão. A expectativa é de que haja novos questionamentos e documentos revelados nas próximas sessões do Congresso.