A recente nomeação do P. Pedro Fernandes para Bispo de Portalegre-Castelo Branco trouxe uma onda de sentimentos mistos entre seus amigos e colegas, especialmente entre aqueles que têm acompanhado a intensa trajetória missionária e pastoral do novo bispo. Com uma longa jornada de quase 40 anos de amizade e colaboração, muitos veem essa decisão do Papa Francisco tanto como uma honra quanto como uma grande responsabilidade.
A trajetória de um missionário comprometido
O P. Pedro é fruto de uma família profundamente ligada à espiritualidade do Renovamento Carismático e da LIAM. Desde seu ingresso na vida religiosa, sua dedicação à missão sempre foi notável. Estudou Filosofia na Universidade Católica em Lisboa, onde começou a sentir o chamado missionário, levando-o a entrar na Casa de Formação dos Espiritanos. Após professar seus votos em 1992, começou a se destacar em diversos papéis missionários, incluindo uma experiência significativa na Guiné-Bissau durante seu estágio diaconal.
Ele foi ordenado Padre em 1996 e, em seguida, aceitou o desafio de iniciar a Missão Espiritana em Moçambique. Sua vivência em Netia, uma região marcada por comunidades isoladas e carentes, o fez desenvolver um trabalho pastoral e social impressionante. Além de suas responsabilidades espirituais, foi fundamental na construção de infraestrutura local, como a residência, capela e centros pastorais. Essa missão envolvia também a criação de lares para jovens que precisavam se deslocar para a escola, um gesto de solidariedade que refletia seu compromisso com a educação e o futuro das crianças.
Um amigo e mentor espiritual
Eu tive a oportunidade de conviver de perto com o P. Pedro, tendo trabalhado com ele durante anos como Superior Provincial dos Espiritanos. Sua habilidade de liderança e sua sensibilidade pastoral sempre foram evidentes. Ele era, e continua a ser, um amigo leal e um conselheiro confiável, desempenhando um papel fundamental em nossos esforços conjuntos para revitalizar a missão Espiritana em Portugal.
Durante meu mandato (2012-2024), o P. Pedro atuou como meu 1º Assistente, ocupando um lugar crucial na equipe. Sua abordagem criativa e a maneira como galvanizava a comunidade sempre foram inspiradoras. Ele participou de Capítulos Gerais importantes na Tanzânia e foi vice-presidente da Conferência dos Religiosos de Portugal, contribuindo significativamente para o diálogo entre religiosos e bispos nas Assembleias Plenárias da Conferência Episcopal Portuguesa.
A aceitação do novo desafio
Após seu mandato como Superior Provincial, ele optou por retornar aos fundamentos da vida comunitária, mantendo o foco na formação de novos líderes e animadores missionários. Sua recente nomeação como Bispo é vista como um progresso natural em sua jornada, agora ampliando sua vocação para servir a Igreja de forma mais abrangente.
A reação à sua nomeação veio com serenidade, não apenas como um testemunho do chamado que ele agora recebe, mas também como uma confirmação do compromisso missionário da Congregação Espiritana. Ele se junta a um grupo crescente de líderes que, a partir desse momento, têm a missão de guiar suas comunidades na fé e na esperança, iluminando caminhos de transformação espiritual.
Aceitamos a nomeação do P. Pedro com gratidão, reconhecendo a importância dele como pastor para a Diocese de Portalegre-Castelo Branco. Ele sempre se mostrou um exemplo de espiritualidade profunda, alimentada por uma vida de oração intensa e compromisso com o bem-estar de sua comunidade.
Agora, todos nós que acompanhamos sua trajetória, estamos em oração para que o D. Pedro seja guiado pelo Espírito Santo em sua nova missão. Certamente, ele será um farol de esperança para aqueles que se reúnem em sua nova paróquia, lembrando sempre que a verdadeira missão é servir.
Fonte: Vatican News
