No recente discurso de Donald Trump no Knesset, o parlamento israelense, a figura de Miriam Adelson, viúva do magnata dos cassinos Sheldon Adelson, foi mencionada de forma proeminente. Trump ressaltou o importante papel que ela desempenhou em sua estratégia para o Oriente Médio, evidenciando sua influência nas políticas americanas em relação a Israel.
Importância de Miriam Adelson na política americana
Miriam Adelson é uma das principais doadoras do Partido Republicano e investiu milhões em seu PAC, Preserve America, que foi vital para a vitória de Trump nas eleições de 2020. Ela e seu falecido marido têm sido elogiados por Trump pelo impacto que tiveram nas políticas de seu governo em relação ao Oriente Médio.
Nascida em Tel Aviv em 1945, Miriam treinou como médica e se especializou em tratamento de adição. Em 1991, casou-se com Sheldon Adelson, e juntos construíram um verdadeiro império com o Las Vegas Sands, vendido em 2022 por US$ 6,25 bilhões. Desde a morte de Sheldon em 2021, Miriam continuou a ser uma força significativa no financiamento da política republicana, contribuindo com mais de US$ 600 milhões para apoiar campanhas de Trump e outros candidatos republicanos desde 2015.
Recentemente, após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, Miriam publicou um artigo em seu jornal, Israel Hayom, criticando os opositores de Israel globalmente, descrevendo-os como “inimigos” do país. Ela enviou mensagens claras sobre a necessidade de políticas pró-Israel e sua posição firme em defesa do governo israelense.
A influência de Miriam Adelson nas decisões políticas
Durante seu discurso no Knesset, Trump mencionou como Miriam e Sheldon frequentemente visitavam a Casa Branca e discutiam políticas relevantes. Ele reiterou que, em suas visitas, eles sempre defendiam a adoção de posturas favoráveis a Israel. O casal influenciou decisivamente eventos como o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da embaixada dos Estados Unidos para lá em 2017, além do endosse à soberania israelense sobre as Colinas de Golã em 2019.
Trump também concedeu a Miriam a Medalha Presidencial da Liberdade em 2018 por suas contribuições à pesquisa em adições. Ela ajudou a fundar centros médicos e a lançar a Adelson Medical Research Foundation, mostrando seu comprometimento não apenas com a política, mas também com a saúde pública.
Em um evento em setembro, ela enfatizou a “missão sagrada” dos eleitores judeus em apoiar Trump, lembrando-lhes da importância de sua voz na política americana. A sua presença nas discussões políticas de alto nível, especialmente em relação a Israel, continua a ser um elemento central na narrativa republicana.
Reações ao discurso de Trump
Ao se dirigir ao Knesset, Trump fez comentários que misturavam humor e admiração sobre Miriam, mencionando um momento em que perguntou a ela se ela amava mais os Estados Unidos ou Israel, enfatizando sua hesitação em responder. O discurso não só enalteceu sua amizade, mas também destacou seu papel como uma das vozes influentes na política americana.
Expectativas para o futuro
O discurso de Trump no Knesset marca não apenas um reconhecimento do papel de Miriam Adelson, mas também encerra um capítulo em um longo ciclo de tensões entre Israel e Hamas. Uriel Abulof, professor de política na Universidade de Tel-Aviv, ponderou que o que foi acordado entre Israel e Hamas não deve ser confundido com um acordo de paz, mas sim visto como um pacto de sobrevivência que permite aos líderes em conflito se manterem à tona, apoiados por aliados externos, como os Estados Unidos e o Catar.
As futuras interações entre a política americana e o Oriente Médio, especialmente com a influência de figuras como Miriam Adelson, permanecerão centrais na formulação de estratégias e no desenvolvimento de políticas, tanto em Israel quanto nos Estados Unidos.
Com um panorama político em constante mudança, a relação entre os dois países continuará a ser moldada por doações, discursos e a movimentação de pessoas influentes como Miriam Adelson.
