Em entrevista exclusiva, Livia Chanes, CEO do Nubank no Brasil, compartilha suas experiências sobre liderança feminina, desafios na carreira e o uso da inteligência artificial na inovação do banco digital com 12 anos de atuação e mais de 107 milhões de clientes no país.
Reflexões sobre o papel das mulheres no mercado de trabalho
Formada em engenharia mecânica, Livia aconselha jovens a focarem seus talentos e ambições na escolha da carreira, independentemente do gênero. Ela destaca que os modelos que as crianças veem na infância influenciam suas percepções profissionais. “É importante desconstruir esse padrão para ampliar as oportunidades para as mulheres nas áreas de exatas e em cargos de liderança”, afirma.
Desafios enfrentados pelas mulheres em cargos de alta gestão
A CEO aponta que fatores como políticas internas das empresas, a maternidade e crenças sociais pesam na presença feminina nas posições de topo. “A maternidade, quando apoiada corretamente, não deve ser um impedimento. É essencial que as mulheres tenham escolha, e não imposição, de desacelerar ou seguir na carreira”, destaca.
Metas de inclusão e diversidade
Ao ser questionada sobre políticas de metas para aumento de mulheres em cargos de comando, ela afirma que o mais importante é garantir avaliações justas e reconhecer vieses. “Se necessário, metas podem ser ferramentas para estimular mudanças, desde que acompanhadas de transparência e reflexão”, explica.
O perfil de um CEO de banco digital na era da tecnologia
Para liderar uma instituição inovadora como o Nubank, Livia destaca que é fundamental gostar de tecnologia e valorizar o relacionamento humano. “Gostar de gente e entender a importância da humanidade na relação digital são essenciais para oferecer uma experiência de excelência”, afirma.
Gestão descentralizada e inovação
Sobre o modelo de administração, ela defende a descentralização como forma de potencializar ideias e acelerar a execução. “Ter times melhores do que eu é uma estratégia que traz resultados mais robustos do que uma gestão centralizada”, comenta.
Aprendizados e mudanças na visão de liderança
Com 43 anos e à frente do Nubank, ela revela que a maior lição foi aprender a entender o ser humano, especialmente após a maternidade, aos 33 anos. “Construir relacionamentos genuínos se mostrou tão importante quanto definir estratégias”, recorda.
Na prática, ela explica que essa mudança de olhar facilita lidar com equipes e clientes, promovendo maior empatia e fortalecimento das relações no ambiente de trabalho.
Inteligência artificial e o futuro do banco digital
Segundo Livia, a IA não substituiu postos de trabalho, mas é uma ferramenta de potencialização das equipes. “Utilizamos IA para agilizar tarefas operacionais e liberar espaço para inovação e crescimento”, afirma.
Ela ressalta que a tecnologia já apresenta bons resultados na produção de campanhas, cenários, textos e atendimentos ao cliente, embora seu pleno potencial ainda esteja em desenvolvimento. “É uma questão de tempo para avançarmos ainda mais”, explica.
Conclusão: desafios e oportunidades na liderança moderna
A CEO do Nubank reforça a importância de promover igualdade de avaliação, reconhecer vieses e valorizar a diversidade nas equipes. Para ela, o sucesso de uma liderança está em montar times diversos e melhores do que o próprio líder, apoiando escolhas conscientes e equilibradas.
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