No dia 14 de outubro, a Justiça de Ribeirão Preto, SP, dará continuidade ao trágico caso da professora de pilates Larissa Rodrigues, que foi encontrada morta em seu apartamento. A audiência representa a última etapa da fase de instrução do processo que envolve as acusações de feminicídio contra seu marido, o médico Luiz Antonio Garnica, e sua mãe, Elizabete Arrabaça. Ambos estão detidos desde maio e são acusados de envenenamento.
Acusações e contexto do caso
A acusação gira em torno da hipótese de que Larissa teria sido morta em um plano elaborado pelo marido e sua sogra. Segundo o Ministério Público, Garnica, irresponsável por uma dívida significativa e em busca de um novo relacionamento que lhe permitiria evitar a partilha de bens em um eventual divórcio, planejava a morte da esposa. A sogra, Elizabete, segundo os promotores, atuou como cúmplice nesse trágico crime.
Larissa, de 37 anos, foi descoberta sem vida em seu lar no Jardim Botânico, zona sul de Ribeirão Preto, no dia 22 de março. Testes realizados após sua morte indicaram a presença de chumbinho, uma substância frequentemente utilizada para envenenamento. A investigação revela que, em semanas que precederam sua morte, Larissa havia descoberto sobre o relacionamento extraconjugal de Garnica com Letícia Camilo Laurindo, o que teria gerado um clima de tensão e desespero entre os acusados.
O que esperar da audiência?
A audiência desta terça-feira terá a participação de várias testemunhas, incluindo testemunhas de defesa e o próprio médico Luiz Antonio Garnica. Assim, a ordem do dia inclui ouvir cinco testemunhas de defesa, entre elas o pai de Garnica e um taxista. Os réus estão previstos para serem ouvidos à tarde, por meio de videoconferência.
Estão agendadas também audiências de testemunhas que já foram ouvidas previamente, incluindo pessoas próximas ao casal e um médico legista que realizou a autópsia da vítima. Cada um desses depoimentos é esperado com expectativa pelo tribunal, que busca entender os detalhes do relacionamento entre as partes envolvidas e o contexto que levou ao crime.
Próximos passos no processo judicial
Após o encerramento da fase de instrução, os advogados de defesa e o Ministério Público terão um prazo de duas semanas para apresentar contestações ao juiz. Com isso, o magistrado poderá optar por diferentes caminhos: declarar os réus inocentes, levar o caso a um júri popular, ou decidir por um julgamento sem jurados.
Ambos os réus, Garnica e Arrabaça, negam ter participado do crime e em seus respectivos depoimentos, deixaram claro que qualquer responsabilidade deveria ser atribuída à mãe de Garnica em vez dele. As defesas foram firmes em suas arguições, posicionando cada um deles em papéis distintos dentro da narrativa do crime.
Impacto da tragédia na sociedade
O caso de Larissa Rodrigues não apenas impactou sua família, mas fez ecoar discussões importantes sobre feminicídio e violência contra a mulher. A tragédia ressalta a necessidade urgente de uma reflexão sobre como as relações abusivas podem levar a consequências extremas, como a perda de vidas. É um lembrete sombrio da realidade de inúmeras mulheres que encontram-se em relações onde a violência é uma ameaça constante.
À medida que o processo judicial avança, uma parte significativa da população brasileira aguarda ansiosamente por justiça, refletindo a urgência de uma sociedade mais justa e equitativa, onde a violência contra a mulher seja efetivamente combatida.
Conclusão
A última audiência sobre o caso de Larissa Rodrigues promete trazer novos desdobramentos e mais detalhes sobre a trama envolvendo a morte da professora. Com o tribunal atento, o público se pergunta até onde vai o poder do amor e das relações familiares e como esses fatores podem, em alguns casos, se transformar em cenários de tragédia.
Continuaremos acompanhando essa história e trazendo atualizações conforme o processo judicial avança.
