Na manhã desta terça-feira (14), o presidente do São Paulo, Júlio Casares, realizou uma coletiva de imprensa no Centro de Treinamento da Barra Funda, mas optou por não entrar em detalhes sobre o polêmico plano de investimento destinado às categorias de base do clube. Durante a coletiva, Casares divulgou informações significativas sobre a saúde financeira do time, como a redução da dívida em R$ 57 milhões e a expectativa de um superávit em torno de R$ 20 milhões ao final da temporada.
Investimento nas categorias de base
O plano de investimento em questão tem gerado controvérsia entre os torcedores são-paulinos, visto que muitos interpretam como uma potencial “venda” do centro de formação em Cotia. O Fundo de Investimento em Participações (FIP) de Cotia, que representa uma parceria entre o clube e a empresa Galápagos Capital, é parte fundamental desse projeto, que conta com um aporte inicial de R$ 250 milhões. Destes, R$ 200 milhões estão destinados às instalações de Cotia e R$ 50 milhões à redução da dívida do São Paulo.
Casares ressaltou que, embora o São Paulo mantenha a gestão esportiva do projeto, o clube precisará ceder 30% dos lucros provenientes da venda de atletas para o fundo. Essa falta de transparência gerou descontentamento entre torcedores e conselheiros, dificultando a votação da proposta no Conselho Deliberativo.
Dificuldades na aprovação do projeto
Durante a coletiva, Casares afirmou que não há um prazo determinado para a aprovação do projeto, mas enfatizou que ele é estratégico para o futuro do São Paulo. “Esse projeto é bom, estrategicamente bom. Ele está numa fase de ampla discussão interna. Passou por unanimidade no conselho de administração, pois é fundamental sinalizar a quem investe que o projeto está em andamento”, declarou Casares.
Dívida do clube
Quando questionado sobre a credibilidade da gestão em relação à organização financeira do time, o presidente destacou que, apesar da pesada dívida que beirava R$ 1 bilhão na temporada anterior, o São Paulo conseguiu reduzir esse montante substancialmente. “O relatório financeiro que deverá sair em breve mostrará que, de janeiro a setembro, reduzimos a dívida em R$ 57 milhões. Isso é um dado novo que estou trazendo, e é um grande passo para nós”, afirmou Casares.
Superávit e gestão financeira
O presidente também revelou que, além da redução da dívida, o clube deve registrar um superávit de quase R$ 20 milhões. “O FIDC está funcionando muito bem e está claro que reduzimos a dívida nominal. Algumas pessoas podem não perceber, mas é um esforço contínuo e o São Paulo está definitivamente no caminho certo”, completou.
Custo-benefício de atletas veteranos
Em resposta a críticas sobre os altos custos de atletas veteranos como Lucas e Oscar, que frequentemente enfrentam lesões, Casares defendeu a continuidade desses jogadores no elenco. “Ainda contamos com eles para a próxima temporada. Acredito que o excesso de jogos e a qualidade dos gramados brasileiros impactam a saúde dos jogadores”, argumentou o presidente.
Ao fim da coletiva, Casares reafirmou seu compromisso de deixar um legado significativo ao São Paulo e reafirmou que está aberto ao diálogo com todos os torcedores e conselheiros para elucidar os detalhes do plano de investimento e a nova fase do clube.
A situação financeira do São Paulo mostra uma tentativa de recuperação e crescimento, mas o sucesso desses planos dependerá da aceitação e compreensão dos torcedores, que são a alma do clube. Com o foco na base e novos investimentos, o futuro do São Paulo pode estar se desenhando de forma promissora – caso a transparência e a comunicação efetiva sejam priorizadas.