Um comitê bipartidário do Congresso dos Estados Unidos revelou à AFP que abriu uma investigação sobre a Starlink, serviço de internet via satélite de Elon Musk, por seu papel na oferta de conexão às centrais de fraudes e golpes em Mianmar. As suspeitas envolvem o uso da tecnologia para apoiar atividades ilegais que têm causado prejuízos bilionários a cidadãos de diversos países.
Presença da Starlink nos centros de fraudes de Mianmar
As investigações começaram em julho, após a AFP divulgar que várias dessas operações criminosas estavam equipadas com receptores da Starlink. Em apenas três meses, a empresa se consolidou como o principal provedor de internet na região, especialmente em locais onde são praticados golpes financeiros e ciberfraudes, principalmente na fronteira com a Tailândia, na região de Myawaddy.
Imagens e evidências de construção de centros fraudulentos
Dados de satélite e gravações feitas por drones mostram que os centros de fraudes continuam em expansão, com novas construções e reforços nas estruturas existentes. Imagens do complexo KK Park, um dos maiores e mais ativos, revelam obras que continuam e a presença de operários, guindastes e andaimes, indicando que o funcionamento dessas operações ilícitas persiste apesar de campanhas de combate às atividades criminosas.
Implicações internacionais e reações
O governo boliviano, que, com desconfiança, proibiu a Starlink no país, e outros países como Itália, que suspenderam negociações com a empresa, demonstram o impacto da controvérsia global envolvendo Elon Musk. Além disso, sob pressão de países como China, Tailândia e Mianmar, forças locais promovem operações de combate a esses centros de fraude, incluindo prisão de milhares de envolvidos, muitos deles cidadãos chineses, ligados ao tráfico de trabalho e tráfico de pessoas, segundo dados das Nações Unidas.
Repercussões e futuras investigações
O congresso dos EUA continua analisando a extensão do suporte da Starlink às atividades criminosas e os possíveis meios pelo qual a tecnologia estaria auxiliando esses centros, que operam com conexões seguras e remotas. A empresa, até o momento, não comentou oficialmente as acusações nem a investigação em curso.
Contexto e possibilidades de desdobramento
A situação acende um alerta global sobre o uso de novas tecnologias de internet em atividades ilegais e sobre a responsabilidade de empresas como a Starlink na fiscalização de sua rede. As próximas semanas serão decisivas para possíveis ações legais e mudanças na regulamentação do serviço de Elon Musk na região.
Fonte: GLOBO