Brasil, 14 de outubro de 2025
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Início do julgamento do núcleo de desinformação da trama golpista

Ministros iniciam análise de crimes cometidos por réus que tentaram desacreditar o processo eleitoral de 2022 no Brasil.

Nos próximos dias, o Brasil acompanhará mais um importante capítulo na saga da trama golpista que tentou manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, mesmo após a derrota nas urnas em 2022. Na terça-feira, 14 de outubro, os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) darão início ao julgamento do núcleo 4, conhecido como o “núcleo da desinformação”. Esta fase do processo envolve a análise de condutas de sete réus que são acusados de diversas irregularidades em relação ao processo eleitoral.

Núcleo 4: O que está em jogo

O núcleo da desinformação é uma parte central das investigações em torno da tentativa de golpe de Estado no Brasil, que culminou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão. Os sete réus, que incluem militares e um agente da Polícia Federal, respondem a cinco crimes, conforme a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação principal se concentra na disseminação de notícias falsas e na promoção de ataques virtuais a instituições e autoridades durante o pleito eleitoral.

Conforme a PGR, os envolvidos teriam usado estruturas do Estado, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Palácio do Planalto, para intimidar opositores e reforçar uma narrativa golpista. A gravidade das acusações e sua conexão com a defesa da democracia tornam esse julgamento especialmente relevante para o futuro político do Brasil.

Quem são os réus do núcleo 4?

Perfis dos acusados

A lista dos sete réus do núcleo 4 é composta por indivíduos com laços militares e legais significativos, o que destaca a seriedade das acusações. São eles:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros – major da reserva do Exército;
  • Ângelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército;
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues – subtenente do Exército;
  • Guilherme Marques de Almeida – tenente-coronel do Exército;
  • Reginaldo Vieira de Abreu – coronel do Exército; e
  • Marcelo Araújo Bormevet – agente da Polícia Federal.

Como será o julgamento

O julgamento do núcleo 4 seguirá uma ordem específica, com sessões programadas para os dias 14, 15, 21 e 22 de outubro. Na sessão inaugural, que começa às 9h e vai até 19h, com um intervalo para o almoço, os passos serão os seguintes:

  • O presidente da Turma, ministro Flávio Dino, abrirá a sessão;
  • O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, apresentará o relatório;
  • O procurador-geral da República fará sua manifestação, com duração de 1 hora;
  • As defesas dos réus terão 1 hora cada para apresentação, seguindo a ordem alfabética;
  • Após as sustentações orais, o relator, ministro Alexandre de Moraes, votará;
  • Os demais ministros votarão na sequência: Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino;
  • Se houver condenação, será feita a análise da dosimetria da pena.

A importância do julgamento

Este julgamento é um marco para a justiça brasileira e se insere em um contexto mais amplo de defesa da democracia. Após a condenação de Jair Bolsonaro, ainda restam 23 pessoas sendo julgadas pela tentativa de golpe, e o STF tem a meta de concluir todos os casos até 2025. A sociedade brasileira observa atentamente as decisões que serão tomadas nos próximos dias, pois elas têm o potencial de definir novas diretrizes sobre a imunidade e a responsabilidade de figuras públicas em situações de crise institucional.

Próximos passos após o julgamento

Além das deliberações do núcleo 4, o núcleo 3, conhecido como o dos “kids pretos”, já tem julgamento marcado para novembro, em quatro sessões. A expectativa é que esses processos fortaleçam a justiça no Brasil e reafirmem o compromisso da sociedade com os princípios democráticos.

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Com o desdobrar do julgamento do núcleo de desinformação, a expectativa é de que a sociedade civil se mobilize para acompanhar o que essa fase do processo pode significar para a democracia no Brasil.

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