A Comissão Europeia anunciou nesta terça-feira (14) que aplicou multas superiores a € 157 milhões às marcas de luxo Gucci, Chloé e Loewe por práticas anticompetitivas que limitaram a autonomia dos varejistas na definição de preços. Segundo o órgão, essas ações prejudicaram os consumidores ao impedir a livre fixação de preços pelos revendedores autorizados.
Restrições ilegais de preços no setor de moda de luxo
A investigação da União Europeia revelou que as três marcas limitaram a capacidade dos varejistas parceiros de estabelecer seus próprios preços, prática considerada ilegal pela legislação antitruste da UE. Como resultado, os consumidores pagaram valores superiores aos de mercado devido à tentativa de controle de preços por parte das empresas.
Multas e detalhes das penalizações
A multa mais elevada, de € 119,7 milhões (US$ 139 milhões ou R$ 762 milhões), foi aplicada à Gucci, do grupo Kering, enquanto a Chloé, da Cie Financière Richemont SA, recebeu uma penalidade de € 19,7 milhões (US$ 23 milhões). A Loewe, do grupo LVMH, foi multada em € 18 milhões (US$ 21 milhões). Essas sanções resultam de batidas realizadas em abril de 2023, que tiveram como objetivo coletar provas de práticas publicamente ilegais.
“Esta decisão envia um sinal forte à indústria da moda — e além dela — de que não toleraremos esse tipo de prática na Europa, e que a concorrência leal e a proteção do consumidor se aplicam a todos, igualmente”, afirmou Teresa Ribera, comissária europeia de concorrência, em comunicado oficial.
Contexto e reações do setor de luxo
As ações das empresas afetadas sofreram reações variadas. A Kering, proprietária da Gucci, revelou que a investigação foi concluída com cooperação e que o risco já havia sido totalmente provisionado em suas demonstrações financeiras de 2025. As ações da companhia encerraram o pregão em queda de 1,6% em Paris, refletindo o clima de instabilidade no setor.
A Chloé destacou que leva o assunto “extremamente a sério” e que agiu com “máximo de diligência” para resolver a questão, enquanto um porta-voz da Loewe reafirmou o compromisso da marca em operar em conformidade com as leis de concorrência.
Perspectivas futuras e impacto no mercado de luxo
Especialistas apontam que a atuação da União Europeia nesta causa reforça o rigor na fiscalização de práticas anticompetitivas no setor de moda de luxo, que atualmente enfrenta um cenário de maior insegurança devido a turbulências econômicas globais. Segundo análise do O Globo, o mercado de luxo pode passar por uma das maiores turbulências dos últimos 15 anos nos próximos meses.
Para além das multas, o episódio reforça a estratégia da UE de fiscalizar práticas anticoncorrenciais e proteger tanto os consumidores quanto a concorrência. O órgão também destacou que as ações de fiscalização continuarão intensificadas para coibir abusos no setor.
Leia mais em Fonte: O Globo.