O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento econômico do Brasil em 2025 de 2,3% para 2,4%, segundo relatório divulgado nesta terça-feira. A revisão ocorre em meio a expectativas positivas, impulsionadas por um desempenho melhor do esperado no primeiro trimestre deste ano.
Cenário econômico do Brasil e revisão das projeções
De acordo com o relatório do FMI, a estimativa para o crescimento do PIB brasileiro em 2025 foi revisada para cima, contrastando com a previsão anterior de 2,3%. Para 2026, porém, as expectativas foram ajustadas para baixo, de 2,1% para 1,9%. A previsão global, por sua vez, foi ajustada de 3% para 3,2%.
O aumento das previsões brasileiras está relacionado ao desempenho positivo da economia neste início de ano, com destaque para a produção agrícola, que atingiu recordes históricos e elevou o PIB.
Resiliência das economias emergentes e desafios internos
Apesar da resiliência observada nas economias emergentes, o relatório alerta que o consumo permanece contido e os investimentos mostram sinais de enfraquecimento. Isso reflete a confiança deprimida de consumidores e empresas, além de políticas monetárias e fiscais restritivas, como a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15%, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na última reunião.
Segundo economistas do FMI, tarifas elevadas impostas pelos Estados Unidos também reduzem a demanda externa brasileira, impactando negativamente as exportações. Além disso, a incerteza nas políticas comerciais globais tem desestimulando o investimento empresarial, agravando o cenário de desaceleração.
Impactos das políticas econômicas e cenário externo
O documento destaca que incentivos fiscais do governo federal vêm sendo cada vez mais limitados, dificultando o impulso à demanda interna. As tarifas mais altas às exportações brasileiras para os EUA também contribuíram para a revisão das projeções de 2026, que foram reduzidas, apesar do número mais otimista para 2025.
Cenário global marcado por incertezas
Apesar de a previsão de crescimento global ter sido revisada de 3% para 3,2%, os economistas do FMI alertam que o cenário mundial permanece incerto, influenciado por disputas comerciais e pela ausência de acordos claros entre países. Essa instabilidade limita o avanço do crescimento global e afeta as economias emergentes, que ainda mostram sinais de desaceleração.
“A resiliência inesperada da atividade econômica e a resposta moderada da inflação refletem uma série de fatores que oferecem alívio temporário, mas não indicam força subjacente nos fundamentos econômicos”, afirma o relatório.
Além disso, a preocupação com a política comercial elevada aumenta a cautela das empresas em relação a novos investimentos, dificultando a retomada de um crescimento mais robusto a nível mundial.
Perspectivas e desafios futuros
Embora as expectativas para 2025 estejam melhores, o FMI ressalta que condições externas mais desafiadoras, combinadas com políticas internas restritivas, podem conter o avanço da economia brasileira e do cenário global nas próximas fases.
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