Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino dos brasileiros que atuam como trabalhadores globais, concentrando cerca de 85% das vagas para trabalho remoto, segundo levantamento da plataforma de câmbio para profissionais TechFX. Dos 1.428 brasileiros entrevistados, 1.220 trabalham para empresas americanas, com remuneração média de US$ 110 mil ao ano (cerca de R$ 598 mil).
Perfil e áreas mais procuradas no mercado global
O setor de tecnologia domina esse mercado, com 87,6% dos brasileiros que atuam remotamente no exterior trabalhando na área. Outros segmentos, como produtos, sucesso do cliente, design, marketing, operações e recursos humanos, representam uma parcela menor, mas também oferecem oportunidades para quem busca atuação internacional.
Gustavo Sèngès, especialista em carreiras globais, explica que a demanda por profissionais de tecnologia, principalmente desenvolvedores, é expressiva, mas não é exclusividade do setor. “Empresas em expansão no Brasil, por exemplo, precisam montar times completos, incluindo vendas, RH e atendimento ao cliente, o que amplia as possibilidades de atuação mesmo para profissionais de outras áreas,” afirma.
Como conquistar espaços no mercado internacional sem sair do Brasil
Para trabalhar para empresas estrangeiras, não necessariamente é preciso morar fora ou falar inglês de forma nativa. O nível funcional do idioma, que permite comunicação clara e participação em reuniões, já é suficiente em muitos casos, especialmente para posições operacionais. Especialistas ressaltam a importância de fluência em inglês, além de dicas práticas para conquistar essas oportunidades, como elaboração de um currículo em inglês e preparação para entrevistas.
Principais requisitos e dicas de preparação
Segundo Gustavo Sèngès, manter um perfil atualizado em plataformas como LinkedIn, cultivar networking de forma genuína e aplicar de forma constante são passos essenciais. Ter pelo menos três anos de experiência na área e dominar a comunicação em inglês aumentam significativamente as chances de sucesso. Muitos profissionais iniciam sua jornada por meio de recrutadores internacionais ou processos de busca ativa, com treinamentos e mentorias que aceleram o caminho.
Modalidades de contratação e direitos dos profissionais
Os brasileiros que atuam para empresas estrangeiras geralmente são contratados como Pessoa Jurídica (PJ), emitindo notas fiscais e assumindo responsabilidades fiscais. Essa modalidade oferece maior flexibilidade e salários potencialmente mais altos, mas não garante direitos trabalhistas previstos na CLT, como férias ou 13º salário. Alternativamente, há contratos via Employer of Record (EOR), que formalizam o vínculo no país e oferecem benefícios como plano de saúde.
De acordo com Antonio Vasconcellos Junior, advogado especialista em direito do trabalho, a legislação aplicável é brasileira, e contratos devem ser revisados por profissionais especializados para evitar conflitos ou prejuízos futuros. É importante também realizar contribuições previdenciárias e manter-se informado sobre os direitos e obrigações fiscais, além de planejar a declaração do Imposto de Renda corretamente.
Vantagens, desafios e dicas para quem busca atuar no exterior
Profissionais brasileiros destacados na área de tecnologia, como Roque Santos, engenheiro de software, conquistaram vagas em empresas norte-americanas mantendo residência no Brasil. Ele destaca que o maior desafio foi superar a barreira do idioma e a adaptação cultural, mas a autonomia e a flexibilidade no horário de trabalho são grandes vantagens.
Para quem deseja seguir pelo mesmo caminho, a recomendação é investir em inglês, se preparar para entrevistas e praticar habilidades de comunicação. A experiência internacional aumenta o potencial de ganhos e oferece uma rotina de trabalho mais flexível, sem necessidade de migrar formalmente, apenas com planejamento e preparação adequada.
Para conferir mais detalhes e dicas de especialistas sobre como conquistar oportunidades de trabalho remoto no exterior, acesse a matéria completa no G1.