Brasil, 14 de outubro de 2025
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Especialistas apontam desafios nas linhas de transmissão após apagão no Brasil

Magda Chambriard destaca atrasos e dificuldades no licenciamento ambiental de linhas de transmissão em meio a apagões no país

Em meio a apagões recentes no Brasil, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que o problema está relacionado às obras de linhas de transmissão, que enfrentam atrasos e dificuldades burocráticas, sobretudo no licenciamento ambiental. Segundo ela, a infraestrutura do setor ainda apresenta um atraso significativo para atender a expansão da eletrificação no país.

Infraestrutura de energia e os atrasos nas linhas de transmissão

Magda explicou que o Plano Decenal de Expansão de Energia 2034, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), prevê investimentos de R$ 128 bilhões em novas linhas de transmissão até 2034, com mais de 25 mil quilômetros de cabos. No entanto, ela destacou que o maior entrave para a implementação dessas obras é o longo processo de licenciamento ambiental, que, atualmente, apresenta um “atraso gigantesco”.

“Temos desafios a enfrentar. Não podemos falar em eletrificação, data centers e transição energética sem resolver a questão das linhas de transmissão. Quem vai pagar por esses investimentos? Quem vai licenciar isso? Sem isso, não há eletricidade”, afirmou Magda durante evento na Firjan, no Rio de Janeiro.

Impacto do apagão e necessidade de enfrentamento das pontas do sistema

Magda reforçou que o apagão ocorrido na noite anterior revelou vulnerabilidades na rede de transmissão, especialmente nas pontas do sistema, onde há maior flutuação de energia e dificuldades de operação. Ela destacou a importância de enfrentar esses pontos críticos para garantir a estabilidade do sistema elétrico nacional.

“Sempre as falhas acontecem nas pontas do sistema, onde há maior dificuldade de manutenção e menor controle. Precisamos enfrentar essa realidade para evitar novos apagões”, sublinhou.

Diálogo sobre transição energética e produção na Margem Equatorial

Durante sua participação na Firjan, Magda defendeu também a produção de petróleo na Margem Equatorial, que aguarda liberação do Ibama para iniciar perfurações na Bacia da Foz do Amazonas. Para ela, é possível conciliar o desenvolvimento energético com os compromissos ambientais assumidos na COP30.

“Não é incompatível querer desenvolver a Margem Equatorial brasileira enquanto participamos da COP30. Queremos um país melhor pelo clima e pelo bem-estar social”, afirmou.

Incentivos no Norte Fluminense e desafios regionais

Ainda na discussão, Magda ressaltou a necessidade de ampliar incentivos para a região Norte Fluminense, que concentra a produção de petróleo do pós-sal no Brasil. A mudança na metodologia do preço de referência do petróleo, promovida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), não considerou adequadamente as particularidades dessa área, especialmente os óleos de maior peso e teor de enxofre, que impactam na valorização do petróleo da região.

Ela observou que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) já determinou incentivos para campos maduros, porém a implementação ainda enfrenta obstáculos financeiros e regulatórios. “Se deixarmos essas regiões para trás, perderemos produção, receita e emprego”, alertou Magda.

Para mais informações sobre os desafios na infraestrutura de energia, acesse Esta matéria.

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