Brasil, 15 de outubro de 2025
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Celso Sabino se posiciona em meio a crise no União Brasil

Ministro do Turismo reafirma compromisso com governo Lula após ameaças de expulsão.

O clima tenso dentro do União Brasil tem gerado repercussões significativas na política brasileira. Em meio ao processo de expulsão que enfrenta, o ministro do Turismo, Celso Sabino, decidiu permanecer no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele tem se distanciado das articulações lideradas por sua própria legenda contra o governo, buscando ser um ponto de equilíbrio entre o partido e o Planalto.

Sabino se defende e critica decisões do partido

Celso Sabino, que foi um dos principais articuladores do União Brasil dentro da Esplanada, manifestou seu apoio ao governo em recente declaração ao jornal O Globo. “Acho bom o movimento do governo de reorganizar a base. O governo hoje é a noiva, está bem avaliado. Estou me defendendo no processo que abriram, sigo ao lado do presidente Lula, entregando os nossos projetos”, afirmou.

O posicionamento de Sabino em relação ao governo e sua resistência ao desembarque do União Brasil são interpretados como um movimento político para manter sua influência e relevância na sigla. Desde que a Executiva do partido decidiu que todos os filiados deixariam os cargos na Esplanada, em 18 de setembro, o ministro tem, de certa forma, ignorado essa orientação. Embora estivesse preparado para renunciar, recuou após um pedido de Lula para que permanecesse à frente do ministério durante a COP30, evento importante que acontecerá em Belém.

A tensão interna no União Brasil

O clima de tensão dentro do União Brasil se intensificou após a decisão da Executiva do partido. Sabino contestou abertamente a cúpula ao afirmar que “a decisão do partido foi açodada e apressada”, ressaltando que a maior parte da bancada está ao seu lado. Essas declarações foram feitas após uma agenda na Câmara dos Deputados e refletem a insatisfação de alguns membros em relação à condução das questões internas da legenda.

O deputado Fábio Schiochet, relator do caso de expulsão, apresentou um parecer que recomenda a saída de Sabino do partido. Após essa recomendação, o ministro foi suspenso por 60 dias, prazo dentro do qual terá a oportunidade de apresentar sua defesa. A pressão sobre Sabino aumenta na medida em que dirigentes do partido, alinhados ao presidente do União Brasil, António Rueda, avaliam que sua permanência no governo minaria a autoridade da direção e abriria precedentes indesejados para outros membros do partido.

Respaldo político e futuras eleições

Nos bastidores, o Planalto decidiu não intervir diretamente na disputa interna do União Brasil. A análise é de que Sabino possui respaldo político no Pará e tem apresentado resultados positivos à frente do ministério, o que justificaria sua continuidade no cargo, ao menos até o final dessa contenda interna. Celso Sabino, que já se posiciona como pré-candidato ao Senado nas eleições de 2026, vê na COP30 e no Círio de Nazaré oportunidades valiosas para consolidar sua base eleitoral.

Recentemente, durante um discurso ao lado de Lula em Belém, Sabino reforçou sua aliança com o presidente, afirmando: “Presidente Lula, o que nós fizemos juntos no Turismo nunca será esquecido. Nada, nenhum partido político, nenhum cargo e nenhuma ambição pessoal vai me afastar desse povo que eu amo e do Estado do Pará.” Essa declaração sublinha a importância de sua relação com o governo e a tentativa de se distanciar das crises internas do partido.

A situação de Celso Sabino no União Brasil é um exemplo claro dos desafios enfrentados por políticos que buscam equilibrar lealdades partidárias com a necessidade de manutenção de alianças estratégicas no governo. O desfecho deste embate ainda é incerto, mas manter-se ao lado de Lula pode ser uma estratégia que poderia garantir sua relevância política no cenário nacional nos anos vindouros.

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