Segundo o ministro argentino Luis Caputo, os EUA “estão dispostos a continuar comprando pesos e títulos”, e todas as opções estão sobre a mesa, em entrevista ao canal digital LN+ no domingo. A declaração ocorre duas semanas antes das eleições de meio de mandato no país, que os investidores acompanham de perto em busca de sinais sobre a força política do líder Javier Milei.
Reuniões e apoio financeiro dos EUA à Argentina
Na semana passada, os Estados Unidos agiram rapidamente para estabilizar a economia argentina, oferecendo US$ 20 bilhões em financiamento e realizando intervenções no mercado cambial para sustentar o peso. A medida substituiu tentativas fracassadas das autoridades argentinas de conter a desvalorização de forma isolada, incluindo compras de pesos feitas pelo Tesouro.
Durante as ações, Caputo afirmou que o acordo com o Tesouro estadunidense não implica em dolarização nem na desvalorização do peso. “A Argentina manterá o atual regime de banda cambial após as eleições de meio de mandato no dia 26”, revelou o ministro.
Contexto da crise cambial e estratégias de Milei
O país enfrenta uma forte queda nas reservas cambiais, levando Milei a usar mecanismos “criativos” para segurar o dólar, em uma tentativa de evitar a desvalorização do peso frente à moeda norte-americana. Antes da intervenção de Washington, o Tesouro argentino já havia gasto US$ 1,8 bilhão tentando sustentar o peso.
O apoio dos EUA e o futuro da economia argentina
Caputo também destacou que a intervenção dos EUA não deve afetar a linha de swap cambial de US$ 18 bilhões com a China, parcialmente renovada no início de outubro, reforçando o compromisso de manter diversas frentes de suporte à economia argentina.
Os mercados poderão reagir nesta segunda-feira ao clima de expectativa, após o feriado nacional na sexta-feira, que pausou temporariamente as operações financeiras do país.
Perspectivas e próximos passos
As autoridades argentinas aguardam melhorias na estabilidade após as medidas de apoio, enquanto as eleições de 26 de outubro podem definir novas estratégias econômicas e de apoio externo. A reunião, marcada para esta terça-feira entre Milei e o presidente Donald Trump na Casa Branca, também será observada por investidores e analistas, que buscam sinais sobre possíveis mudanças na política econômica do país.
Para entender melhor as estratégias de Milei e as possibilidades de ajuda financeira, leia em “Argentina de Milei usa mecanismos criativos para segurar o dólar” .