No último dia 13, a Prefeitura de Fortaleza deu início ao reordenamento da Avenida Beira Mar, um dos principais pontos turísticos da cidade. A medida contempla o revezamento de turnos de trabalho, que se divide em dois horários: das 5h às 16h30 e das 17h às 0h. Essa mudança, segundo o secretário da Regional 2, Márcio Martins, visa reorganizar o comércio na região, promovendo segurança, acessibilidade e harmonia urbanística. No entanto, a nova disposição não foi bem recebida por todos os comerciantes, especialmente aqueles que dependem do movimento noturno para suas vendas.
Implicações da nova ordem na Avenida Beira Mar
A ação faz parte de um projeto que começou com o Trecho 1, que vai das ruas João Cordeiro até Ildefonso Albano. Os comerciantes do local expressaram insatisfação com os novos horários, afirmando que este não reflete a realidade do comércio da região, que tradicionalmente alcança seu pico de vendas à noite, especialmente para produtos como bebidas e comidas.
A reação dos trabalhadores é compreensível, considerando que muitos deles têm suas atividades dependentes do fluxo de turistas e moradores que visitam a Beira Mar durante a noite. Enfrentando a incerteza, alguns destes profissionais temem que as novas diretrizes possam impactar negativamente seus negócios e suas fontes de renda.
A Prefeitura justificou os novos horários com base em estudos de fluxo, os quais apontam um aumento na movimentação de corredores e banhistas durante as manhãs, enquanto a noite concentra o turismo e as atividades de lazer. Em resposta às críticas, a Secretaria Regional 2 declarou que a divisão de turnos foi feita levando em conta dados técnicos e administrativos, como o histórico dos trabalhadores e a capacidade de ocupação da área.
Alternativas para os comerciantes
Para mitigar o impacto da mudança, a Prefeitura, por meio do secretário Márcio Martins, informou que os comerciantes que não se adaptarem aos novos horários terão a opção de atuação em outros pontos da cidade. Entre as alternativas oferecidas está a adaptação ao novo horário, durante o qual os comerciantes poderão desenvolver novos produtos voltados ao público matinal.
Outra possibilidade apresentada foi a permissão para atuar em locais mais próximos às residências dos trabalhadores. Essa estratégia visa proporcionar uma transição mais suave, garantindo que os comerciantes possam continuar suas atividades com o mínimo de impacto possível. O secretário ressaltou a importância do diálogo e da escuta ativa com os permissionários, estabelecendo um compromisso com o acolhimento social e psicológico, além da orientação profissional durante essa fase de adaptação.
Plano de reordenamento e futuro da Beira Mar
O plano de reordenamento não se limita apenas ao Trecho 1; a Prefeitura informou que esse formato de ordenamento será estendido gradualmente por toda a extensão da Beira Mar, levando em consideração as particularidades de uso e vocação econômica de cada segmento da orla. Além disso, será na Beira Mar onde serão implantadas cinco ilhas de comércio, projetadas para aumentar a visibilidade da orla e organizar a presença dos comerciantes, prevenindo a saturação das áreas comerciais.
A previsão é que o período de revezamento se estenda até a conclusão do recadastramento dos permissionários e a implementação total das novas ilhas de comércio. As mudanças visam englobar não apenas os comerciantes que trabalham nas barracas, mas também as assessorias esportivas que utilizam a faixa de areia para suas atividades. A utilização dessa área ainda dependerá de autorizações da Secretaria de Patrimônio da União.
Expectativa e desafios à frente
Os comerciantes da Beira Mar enfrentam um momento de incerteza com essas mudanças. A possibilidade de reavaliar seus horários e adaptarem seus produtos pode ser uma oportunidade, mas também representa um grande desafio para muitos. O reordenamento da Beira Mar reflete a intenção da Prefeitura de modernizar a gestão desse importante espaço público, mas o êxito dependerá da empatia e da capacidade de adaptação de todos os envolvidos.
Enquanto o diálogo continua, as próximas etapas do reordenamento prometem mais desafios e oportunidades para os comerciantes e para a prefeitura. O resultado desse processo depende da colaboração mútua e da capacidade de todos os envolvidos de se adaptarem às novas realidades. A expectativa é que, ao final desse processo, a Beira Mar possa ser um espaço mais organizado, seguro e acessível, beneficiando tanto os moradores quanto os turistas que visitam a capital cearense.