Brasil, 13 de outubro de 2025
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Profissionais e voluntários atuam na linha de frente no atendimento às pessoas em situação de rua

Pelotões de brasileiros oferecem assistência médica, social e refeições para quem vive nas ruas do Rio de Janeiro

<36>Profissionais e voluntários atuam na linha de frente no atendimento às pessoas em situação de rua

Um grupo de profissionais e voluntários no Rio de Janeiro dedica-se ao atendimento às pessoas em situação de rua, oferecendo assistência médica, social e refeições. Lorena Sampaio, médica integrante do Consultório na Rua, percorre áreas como a Cinelândia, onde foi recebida com abraço de um paciente que sofre de glaucoma, Michael Virgílio de Araújo.

O papel do Consultório na Rua na atenção primária à saúde

Ela destaca que o programa representa a ponta do atendimento de saúde na cidade. Uma das histórias marcantes foi a de uma paciente psiquiátrica, grávida, reencontrada décadas após o primeiro contato. Lorena avalia que uma atenção mais territorializada poderia ter proporcionado cuidados melhores, como acompanhamento pós-parto e busca ativa.

Impacto do vínculo e apoio comunitário

“Percebo como fazemos diferença pelo vínculo que criamos. Realizamos pré-natal na rua, exames, e a alegria de ver rostos conhecidos e receber abraços com carinho é muito gratificante”, afirma Lorena. A equipe conta com uma rede de apoio formada por jornaleiros, atendentes de bares e restaurantes, que guardam remédios de uso contínuo e cuidam dos pacientes em situação de vulnerabilidade.

Meta de expansão e ações do poder público

Segundo Renato Cony, subsecretário municipal de Atenção Primária, a intenção é ampliar a equipe de atendimento para 20, com médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, agentes sociais e psicólogos. O foco é trabalhar em unidades básicas, clínicas da família e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), atuando de forma integrada com as redes de emergência.

Atualmente, o Rio conta com 15 equipes operando na atenção às pessoas em situação de rua, com uma média de 120 profissionais de saúde, podendo chegar a 290 equipes em todo o Brasil, com cerca de 2.300 integrantes.

Medidas de acolhimento e reintegração social

Para ampliar o atendimento, o município investe em abrigos com maior capacidade, aumento de vagas permanentes e temporárias, e programas de reintegração, como o Moradia Cidadã, que alia moradia a acompanhamento social e profissional. Marta Rocha, secretária de Assistência Social, explica que além de oferecer moradia, há acompanhamento para que as famílias possam se fortalecer economicamente.

Dados do Ministério do Desenvolvimento Social mostram que há 1.088 centros de acolhimento no Brasil, capazes de atender cerca de 80 mil pessoas, embora a população em situação de rua inscrita no Cadastro Único seja de aproximadamente 350 mil. Para facilitar o acesso, há orientações para flexibilizar critérios de entrada, como a ausência de documentação ou estado de embriaguez.

Desafios e ações da sociedade civil

Diversas organizações atuam na distribuição de refeições, com destaque para voluntários como Fátima Maria Pereira, cozinheira do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que percorre São Gonçalo até o Centro do Rio para distribuir mais de 200 refeições semanais. Ela relata a luta cotidiana de ajudar quem sofre com a fome há mais de uma década.

Thaysa Gomes de Almeida, coordenadora da Casa Franciscana, ressalta que a demanda por refeições é crescente, chegando a mais de 700 refeições diárias. Ela afirma que muitas pessoas da terceira geração vivem há anos na rua, nunca tendo tido uma residência fixa.

Perspectivas de ampliação e o papel do Ministério da Saúde

Ana Luiza Caldas, secretária de Atenção Primária do Ministério da Saúde, comenta que a meta é chegar a 400 equipes em todo o país até 2027. Atualmente, o Brasil conta com 290 equipes em 195 municípios, com aporte de R$ 36 mil mensais por equipe, podendo chegar a R$ 44 mil com contrapartida dos Estados. O objetivo é ampliar a busca ativa, evitando que a população vulnerável deixe de receber cuidados essenciais.

Assessora ainda que o envolvimento de voluntários e ações comunitárias continuam sendo essenciais na complementação do atendimento institucional, contribuindo para a vulnerabilidade de quem vive na rua.

Para mais informações, acesse o fonte completa.

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