Brasil, 13 de outubro de 2025
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PM estoura ‘paiol’ da milícia e apreende 12 fuzis

Operação na Colônia Juliano Moreira resulta na prisão de 14 milicianos e apreensão de armamento pesado no Rio de Janeiro.

Na manhã desta segunda-feira (13), a Polícia Militar do Rio de Janeiro realizou uma operação que culminou na prisão de 14 milicianos e na apreensão de um arsenal impressionante, incluindo 12 fuzis. A ação aconteceu em um esconderijo na Colônia Juliano Moreira, na Zona Sudoeste da capital fluminense. Vídeos capturados pelas câmeras corporais dos policiais do 18º Batalhão (Jacarepaguá) mostram o momento em que os criminosos foram surpreendidos ainda dormindo.

A operação e suas circunstâncias

Os policiais, cientes da localização do esconderijo, invadiram um casarão abandonado, camuflado entre a vegetação. O local não apenas servia como um ponto de descanso para os milicianos, mas também era utilizado para o desmanche de veículos roubados. Os agentes encontraram 14 suspeitos, todos dormindo no segundo andar da construção, cercados por armamento bélico. O único miliciano acordado, responsável pela vigilância, foi flagrado distraído com o celular.

“O local é isolado, cercado por mata. Quem estava de guarda estava no WhatsApp. Quando os policiais chegaram, todos estavam dormindo”, relatou o tenente-coronel Leonardo da Silveira. O arsenal recolhido pelos policiais não se limitou aos 12 fuzis; foram encontrados também 1 carabina CTT 40, 2 pistolas calibre 40, 1 revólver calibre 38, 2 granadas e 43 carregadores de fuzil, totalizando capacidade para quase mil disparos.

Armas ‘Frankenstein’ e suas origens

As armas apreendidas são conhecidas como ‘Frankenstein’, pois foram montadas a partir de peças de airsoft e ferrolhos variados, caracterizando um verdadeiro quebra-cabeça bélico. O coronel Marcelo de Menezes, secretário estadual da PM, explicou que essas armas, que antes chegavam montadas, agora são desmontadas e montadas localmente, muitas vezes com o auxílio de ex-militares.

O valor dos fuzis apreendidos é estimado em cerca de R$ 1 milhão, um indicativo alarmante da capacidade bélica dos grupos milicianos na região. O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Menezes, destacou a importância da operação, que foi planejada com antecedência, com monitoramento cuidadoso dos criminosos. “Temos que fazer uma reflexão: a quantidade de armas de guerra nas mãos dos criminosos”, afirmou.

A face do crime organizado no Rio de Janeiro

Os milicianos detidos são apontados como responsáveis por uma série de crimes, que incluem roubo de veículos em áreas como Barra, Recreio e Jacarepaguá. Os veículos eram clonados e desmanchados para revenda. O tenente-coronel Silveira mencionou que três dos 14 detidos têm passagens pela polícia por extorsão e atividades milicianas. O líder do grupo, identificado como Boto, está preso em um presídio federal desde 2021.

O subsecretário de Inteligência, Uirá Ferreira, ressaltou que a facção tem se expandido desde 2021, reforçando sua presença territorial. “Ali existe uma briga de criminosos. Com essa quantidade de armas, em outros locais, eles seriam tratados como terroristas”, alertou Ferreira. A operação realizada na Colônia Juliano Moreira faz parte de um esforço mais abrangente para combater grupos armados no estado, numa síntese do difícil panorama da segurança pública no Rio de Janeiro.

Consequências e reflexões sobre segurança

Com a apreensão de armamentos e a detenção dos milicianos, as autoridades de segurança pública reafirmam seu compromisso em livrar o estado dessas organizações criminosas. “Cada arma apreendida é uma vida preservada”, enfatizou o coronel Menezes. A operação ressalta a urgência de estratégias eficazes para o combate à criminalidade organizada, que não apenas ameaçam a segurança pública, mas também desafiam a soberania das forças de segurança.

Os detidos e o material apreendido foram encaminhados para a 32ª DP (Taquara), onde o caso será registrado. Os esforços continuam em análise e plano de ações para reduzir a influência dessas milícias no estado, um dos maiores desafios enfrentados atualmente no Rio de Janeiro.

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