A Procuradora-Geral Pam Bondi protagonizou uma audiência acalorada nesta terça-feira, diante do Comitê de Justiça do Senado, defendendo veementemente o presidente Donald Trump e reagindo com indignação às questionamentos dos parlamentares, o que surpreendeu aliados e opositores.
Bondi desafia o decoro e responde com agressividade
Durante horas de sessão, Bondi interrompeu repetidamente os senadores democratas, negou-se a responder várias perguntas e acusou colegas de mentir. Sua postura foi marcada por gritos, acusações diretas, e uma evidente irritação crescente ao ser questionada sobre temas como os arquivos de Epstein, investigações do FBI contra Trump e ações relacionadas ao Capitólio.
Controvérsia e tensões na audiência
Senadores como Dick Durbin (D-Ill.) qualificaram a conduta de Bondi como inapropriada, destacando que ela parecia mais interessada em avançar uma agenda política do que em colaborar nas investigações. “Nunca vi nada igual”, afirmou Durbin ao HuffPost, ressaltando o comportamento exaltado da procuradora.
Acusações e ataques pessoais
Bondi acusou senadores de rolar “falácias” e de tentarem “manipular” a audiência. Em um momento, exclamou: “Como você ouse? Eu sou uma procuradora de carreira! Não desafie minha integridade”, com pausas dramáticas. Ela também dirigiu provocações aos colegas, como a acusação de que Blumenthal teria mentido ao falar de sua relação com o lobby Qatar, relacionando-se à sua antiga atuação na Ballard Partners.
Ao ser questionada sobre seu possível conflito de interesses devido ao apoio de Trump à compra de um jato do Qatar, Bondi não respondeu diretamente, reforçando sua postura combativa.
Impasses e questionamentos não respondidos
Questionada por senadores sobre casos sensíveis, como o suposto recebimento de um suborno por Tom Homan, ex-funcionário do ICE, ela se recusou a fornecer detalhes, aumentando a tensão na sessão. Bondi também evitou responder se haviam consultado Trump antes de implantar tropas federais em várias cidades.
Na mira do debate político
A audiência, convocada para fiscalizar o funcionamento do Departamento de Justiça em um momento de acusações de politização por parte da administração, acabou se tornando palco para ataques políticos. Bondi focou sua argumentação na defesa de Trump, chegando a classificar a investigação do ocorrido em janeiro de 2024 em torno do ataque ao Capitólio como uma perda de recursos, de cerca de 50 milhões de dólares.
Reações e análises
Senadores democratas criticaram a postura de Bondi, como Dick Durbin, que afirmou que ela demonstrou estar mais preocupada em defender o aliado do que em desempenhar seu papel institucional. Para Blumenthal, a resposta de Bondi foi marcada por uma postura “controlada por emoções”, afastando-se do espírito de cooperação esperado na comissão.
Enquanto isso, os republicanos enfrentaram questionamentos sobre possíveis abusos de poder na gestão do Departamento de Justiça sob Biden, com o senador Chuck Grassley revelando que, em 2023, vários republicanos tiveram seus registros telefônicos requisitados em investigações relacionadas a Trump, uma prática comum em processos criminais.
Perspectivas futuras
Autoridades esperam que o debate continue acirrado, com temas essenciais como a real autonomia do DOJ e as investigações envolvendo Trump permanecendo na pauta. Bondi afirmou que não irá discutir conversas internas e que manterá uma postura de defesa do presidentes, apesar das tensões evidenciadas na audiência.
Este episódio reforça o clima de polarização na política americana, onde as investigações e estratégias de defesa se misturam com confrontos pessoais e políticos. A situação ainda deve gerar novos desdobramentos no Congresso, à medida que as investigações e as acusações se aprofundam.
