No dia 13 de outubro de 1917, milhares de pessoas testemunharam a última aparição mariana em Fátima, um evento que ficou conhecido como o “Milagre do Sol”. Naquele dia, o sol girou no céu diante de uma multidão de aproximadamente 70 mil fiéis e céticos, desafiando a visão predominante de que Deus tinha sido abandonado pelo mundo.
O contexto histórico de Fátima e o impacto do milagre
Durante aquele período, Portugal enfrentava uma forte crise: a Primeira Guerra Mundial estava em curso, e o país, que inicialmente buscava manter a neutralidade, acabou participando do conflito ao lado dos Aliados. Mais de 220 mil portugueses perderam a vida na guerra, muitos por fome e pela gripe espanhola. Além disso, o país passava por um momento de turbulência política, com a República instaurada em 1910 e o avanço do secularismo, que cerceava a liberdade religiosa.
O regime republicano, influenciado por ideias liberais e masônicas, confiscou igrejas, proibiu cerimônias religiosas e perseguiu a Igreja Católica, chegando a assassinar quase 2 mil religiosos entre 1911 e 1916. Foi nesse ambiente de perseguição que, em 1917, três crianças — Lucia dos Santos e seus primos Francisco e Jacinta Marto — relataram ter visto a Virgem Maria em uma planície perto de Fátima.
O acontecimento do “Dança do Sol”
Segundo relatos, no último dia de aparições, a Senhora prometeu um sinal para convencer todos da veracidade das visões: o sol começaria a girar vibrando no céu. E assim aconteceu. O céu ensolarado substituiu a chuva, as nuvens se dispersaram e o sol, que antes brilhava intensamente, passou a girar de forma vibrante, chegando a parecer que iria descer em direção à Terra. O fenômeno foi tão impressionante que foi observado por fiéis e céticos, que presenciaram o espetáculo em uma terra encharcada por chuva momentos antes.
O episódio foi interpretado por muitos como a confirmação divina de que as mensagens de Nossa Senhora tinham origem celestial, e virou símbolo de esperança em meio a um período de descrença e perseguição.
Repercussões e significados atuais
O “Milagre do Sol” desafiou os regimes anticristãos e ateus da época, e foi considerado por muitos como uma “marca” de que Deus ainda se faz presente na história da humanidade. A vitória das testemunhas sobre o ceticismo se consolidou na memória coletiva como uma prova de fé e misericórdia divina.
Hoje, Fátima é um importante centro de peregrinação para milhões de fiéis, que veem na mensagem das aparições uma lembrança de que, mesmo em tempos difíceis, Deus permanece presente e ativo na história.
De acordo com Marco Daniel Duarte, diretor dos museus do santuário de Fátima, “Fátima ainda faz as pessoas reverem sua visão de Deus, pois revela que Ele nunca abandona a humanidade, mesmo quando parece que todos perderam a esperança”.
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