Uma pesquisa recente do instituto Datafolha, encomendada pela organização de responsabilização corporativa Ekō, revelou que 61% dos brasileiros opinam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria proibir a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. O levantamento foi realizado entre 8 e 9 de setembro, antes da COP30, que acontecerá em Belém, e aponta um forte apoio popular à proteção da região com elevados desafios socioambientais.
Rejeição crescente, especialmente entre os jovens
O estudo destacou que a rejeição à exploração é ainda mais expressiva na faixa etária de até 24 anos, na qual 73% dos entrevistados se manifestaram contra o projeto. O governo federal ainda aguarda a análise final do Ibama, que aprovou um simulado de emergência na área, após solicitação de ajustes por parte do órgão ambiental.
Enquanto a Petrobras planeja perfurar um poço exploratório em águas profundas do Amapá para avaliar o potencial de reservas petrolíferas, a sociedade e o governo têm mostrado resistência. O procurador da estatal busca obter a licença ambiental, que ainda não foi concedida em consequência do impasse.
Conflito entre interesses econômicos e ambientais
Apesar da resistência, a Petrobras já investiu cerca de R$ 180 milhões na manutenção de um navio sonda na região, aguardando a decisão final do Ibama. A empresa demonstra interesse em avançar na exploração, mesmo com o cenário de incerteza jurídica e social.
O governo, por sua vez, mantém a oferta de novos blocos na Foz do Amazonas. Em junho, Petrobras, ExxonMobil, Chevron e CNPC arremataram 19 blocos da região em leilões promovidos pelo governo federal, demonstrando interesse contínuo pelo potencial petrolífero do local.
Críticas e recomendações de organizações ambientais
Segundo Vanessa Lemos, coordenadora de campanhas da Ekō, a pesquisa reforça que a maioria dos brasileiros deseja proteger a floresta amazônica e impedir a expansão da exploração de petróleo na região. “Os próximos meses são decisivos para o legado de Lula. A população quer ações que protejam o clima e o meio ambiente, mas o governo ainda favorece interesses empresariais poluentes”, afirmou.
Além disso, o levantamento revelou que 77% dos entrevistados apoiam a meta do governo Lula de acabar com o desmatamento ilegal até 2030. Contudo, somente 17% confiam que esse objetivo será alcançado. A maioria também acredita que o país deveria fazer mais para combater as mudanças climáticas, com 60% afirmando que os efeitos como enchentes e ondas de calor impactam suas vidas.
Perspectivas e desafios futuros
O debate sobre exploração de petróleo na Amazonia continua intenso, envolvendo interesses econômicos, políticos, ambientais e sociais. A decisão final do Ibama, prevista para ser publicada nos próximos meses, será crucial para definir o futuro da região face às mudanças climáticas e à preservação do bioma.
A oposição ao projeto também reforça a urgência de o governo cumprir suas promessas de proteção ambiental, especialmente diante da crescente preocupação da sociedade e da necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Para mais detalhes, acesse a reportagem completa no site do G1.