Na segunda-feira (13), Yuval Noah Harari abriu o AI Bank Summit 2025 em uma palestra que abordou os efeitos da inteligência artificial (IA) no comportamento humano e na estrutura das instituições. O evento, totalmente online e que segue até sexta-feira (17), discute o uso da IA no sistema financeiro, suas implicações éticas, regulatórias e econômicas.
Reflexões de Harari sobre o papel das mídias sociais e a tecnologia
Durante a abertura, Harari destacou que as mídias sociais, originalmente criadas para promover a liberdade de expressão e fortalecer democracias, acabaram evidenciando uma face negativa, como o enfraquecimento de instituições e a emergência de mecanismos de controle social. “Os pioneiros das mídias sociais acreditavam que suas invenções emancipariam pessoas, fortaleceriam a democracia e impediriam regimes ditatoriais. Hoje, entendemos que elas podem até enfraquecer a democracia e promover uma nova forma de ditadura digital”, afirmou.
O historiador reforçou que o design das novas tecnologias deve partir de escolhas fundamentais sobre o papel da humanidade nesse processo. “Para projetarmos uma nova tecnologia, temos que pensar como enxergamos a humanidade e a relação entre seres humanos e tecnologia”, comentou.
Visões conflitantes sobre o avanço tecnológico
Consumidores passivos versus criadores ativos
Harari explicou que há duas concepções de avanço tecnológico. Uma delas considera os humanos como consumidores passivos, sujeitos ao controle das ferramentas digitais. A outra vê as pessoas como criadores ativas, com capacidade de usar a tecnologia para expandir potencial e criatividade.
Ele criticou as plataformas por adotarem uma abordagem que privilegia o controle: “Elas perceberam que a maneira mais fácil de prender a atenção das pessoas é acionando o botão da ganância, do medo e do ódio em nossas mentes”, afirmou. “Ao invés de expandir o horizonte dos seres humanos, essas plataformas estão restringindo.”
Escolhas presentes e o futuro da IA
Harari destacou que as decisões tomadas agora determinarão se a IA servirá para emancipar ou aprisionar os indivíduos. “Estamos criando aplicativos para consumidores ou para que eles possam desenvolver sua criatividade?”, questionou. “Estamos construindo uma realidade completa ou uma caixa de ferramentas que as próprias pessoas poderão usar para criar as suas?”
Importância do entendimento rápido das tecnologias
Ao encerrar, Harari alertou que compreender os mecanismos das novas tecnologias é fundamental para definir seus efeitos sobre a liberdade e a capacidade de criação humanas. Segundo ele, esse entendimento é a chave para evitar que a IA se torne uma ferramenta de opressão.
AI Bank Summit 2025: foco na aplicação prática da IA no setor financeiro
Organizado pela 4U EdTech e pelos Cursos Edgar Abreu, o AI Bank Summit tem como objetivo explorar a segurança e a aplicação da IA para transformar grandes corporações do mercado financeiro. As transmissões, realizadas diariamente a partir das 19h com apoio do Portal iG, oferecem opções de acesso básico, pacotes VIP e programas de formação com MBA.
Nesta terça-feira (14), o evento seguiu com debates sobre prevenção a fraudes, privacidade de dados e gestão de riscos digitais, com a presença de especialistas como Danilo McGarry, referência em transformação digital, e Paul Dongha, estrategista de IA do NatWest Group.
A programação continuará até sexta (17), abordando temas como educação financeira, ética, inovação e regulação no setor. O organizador Edgar Abreu destacou que “a IA não é apenas uma ferramenta de produtividade, é um novo paradigma para bancos, fintechs e investidores”, ressaltando a importância de preparar o mercado para essa nova realidade.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no site do IG Economia.
