Desde sua chegada ao “Dateline” em outubro passado, a jornalista Blayne Alexander tem conquistado fãs e colegas ao mostrar a importância da diversidade na equipe e nas histórias abordadas pelo programa. Sua presença representa um avanço na busca por maior representatividade na televisão americana.
O impacto de ter uma mulher negra na equipe de ‘Dateline’
Segundo Alexander, sua presença na equipe demonstra às pessoas de cor que suas vozes também podem ser ouvidas. “Só por estar na TV como mulher negra, já mostra que há mulheres negras contando suas histórias”, afirmou, em entrevista recente em Denver.
Josh Mankiewicz, veterano correspondente do programa, destacou a importância da contratação de profissionais diversos. “O que precisávamos era de jornalistas excelentes e conseguimos. Queremos refletir a americana de verdade, inclusive nas nossas equipes”, disse.
Reconhecimento e acolhimento dos fãs
Durante o CrimeCon, evento dedicado a histórias reais de crimes, Alexander recebeu dezenas de abraços e palavras de apoio de fãs. “Ouvi pessoas dizendo que ela é a peça que faltava — e ela realmente é”, comentou Mankiewicz. “Precisávamos contratar os melhores jornalistas possíveis e conseguimos. Nosso objetivo é sermos representativos de toda a América”, reforçou.
O alcance e a audiência de ‘Dateline’
Alexander ressalta que o programa atrai pessoas de todas as idades e origens raciais, o que reflete a diversidade do próprio público. “Todo mundo assiste a ‘Dateline’, independentemente de raça ou idade. Nosso trabalho é contar histórias com as quais todos possam se identificar”, disse.
Dados de uma pesquisa da Pew Research de 2022 confirmam essa visão. O estudo indica que a maior parcela dos ouvintes de podcasts de crime verdadeiro é composta por latinos (43%) e negros (36%), mostrando o forte apelo do gênero entre diferentes comunidades.
Compromisso com vozes não ouvidas
Antes de ingressar na equipe, Alexander atuou como repórter, âncora local e correspondente do governo dos EUA. Para ela, sua missão sempre foi ajudar a dar voz àqueles normalmente ignorados pela mídia. “Entender e compartilhar histórias de comunidades marginalizadas é uma responsabilidade que carrego comigo”, afirmou.
Ela também destaca a importância de seu lado pessoal na profissão. “Quando entrevisto alguém, penso na minha vivência, na minha identidade como mulher negra, de Oklahoma, millennial, e tudo isso influencia minha abordagem”, explicou.
Trajetória marcada por um momento decisivo
A paixão por jornalismo surgiu na infância, após ela presenciar a explosão do prédio federal de Oklahoma City em 1995, quando tinha apenas oito anos. A lembrança ficou marcada, especialmente ao ver a cobertura no “Today”, o que despertou sua vocação pelo jornalismo.
O novo papel na ‘Dateline’
Alexander vê sua função no programa como uma extensão de seu trabalho anterior, com mais tempo para aprofundar histórias e conectar-se emocionalmente com as famílias de vítimas. “O mais gratificante tem sido criar laços com famílias, ouvindo seus relatos”, afirmou.
Ela revelou que algumas delas descrevem suas entrevistas como um momento terapêutico, um espaço para desabafo. “Elas ficam aliviadas em poder compartilhar suas histórias, sentem-se ouvidas e confortadas”, contou.
Futuros interesses e projetos
Entre suas próximas pautas, Alexander tem interesse especial em histórias de vítimas negras, especialmente mulheres vítimas de violência doméstica. Além disso, manifesta fascínio por casos arquivados que podem ser resolvidos com novas tecnologias ou descobertas, como avanços forenses ou confissões.
Sobre a percepção de que é a “peça que faltava” na equipe, Alexander comentou com emoção: “Receber esse reconhecimento dos fãs é algo que realmente me emociona. Saber que faço parte desse time e que contribuí para uma narrativa mais representativa é gratificante”, concluiu.