Brasil, 13 de outubro de 2025
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Exportações da China crescem 8,3% em setembro e superam previsões

As exportações chinesas aumentaram 8,3% em setembro, demonstrando resiliência diante das tarifas americanas e desafios comerciais globais.

As exportações da China registraram um crescimento de 8,3% em setembro em relação ao mesmo mês de 2024, atingindo US$ 328,6 bilhões, o maior total mensal de 2025 até agora, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Administração Geral das Alfândegas. Esse avanço superou a estimativa mediana de 6,6% prevista por economistas da Bloomberg, indicando que o fluxo de produtos chineses continua forte, mesmo diante do ambiente de tensões comerciais.

Resiliência das exportações chinesas diante das tarifas americanas

Apesar da queda de 27% nas exportações para os Estados Unidos — o sexto mês consecutivo de quedas de dois dígitos — o aumento expressivo nas vendas para mercados como União Europeia e outros regiões compensou esse ritmo negativo. As exportações para destinos fora dos EUA cresceram 14,8%, o ritmo mais intenso desde março de 2023, reforçando a diversificação dos mercados chineses.

Michelle Lam, economista do Societe Generale SA, afirmou que “as exportações da China permaneceram resilientes apesar das tarifas americanas, graças à diversificação de mercados e à forte competitividade”. Ela destacou que o impacto limitado das tarifas dos EUA até agora encoraja Pequim a adotar uma postura mais firme nas negociações comerciais com Washington.

Mercados alternativos impulsionam crescimento externo

As empresas chinesas têm buscado mercados alternativos ou transbordo de produtos via terceiros países para evitar tarifas mais elevadas. Em setembro, as exportações para a África dispararam 56%, o maior aumento desde fevereiro de 2021, enquanto vendas para a América Latina aumentaram 15,2%, rebatendo as quedas observadas em junho e agosto. Os embarques para a União Europeia cresceram mais de 14%, o maior avanço em mais de três anos, e as exportações para o Sudeste Asiático avançaram quase 16%.

O Vietnã destacou-se como um dos principais destinos comerciais, com exportações chinesas quase 25% maiores no mês. Segundo a Capital Economics, o país continua sendo “o principal centro de redirecionamento”, o que indica que a estratégia de reorientar vendas ajuda a compensar as dificuldades causadas pelas tarifas americanas.

Dados positivos e perspectivas para o quarto trimestre

Além das exportações, as importações da China cresceram 7,4% em setembro, bastante acima das previsões, impulsionadas por compras de países como Japão, Coreia do Sul e Taiwan. Como resultado, o superávit comercial total aumentou quase 11%, chegando a US$ 90,5 bilhões.

Eric Zhu, analista da Bloomberg Economics, destacou que “o crescimento mais rápido das exportações em setembro mostra que os embarques para mercados fora dos EUA estão compensando a forte queda nas exportações destinadas aos Estados Unidos sob tarifas mais altas”. Ele também pontuou que a maior diversificação de mercados reforça a resiliência da economia chinesa diante da guerra comercial.

Desafios e negociações futuras

Enquanto a maioria dos analistas prevê uma desaceleração na atividade econômica da China após os dados positivos do terceiro trimestre, as perspectivas permanecem favoráveis, especialmente por conta do desempenho nos primeiros meses do ano. A China divulgará os dados do terceiro trimestre em 20 de outubro, e a expectativa é que o país mantenha o crescimento ao redor de 5%, mesmo diante das incertezas externas.

Apesar do clima de incerteza, a China demonstra que continuará reagindo às tensões comerciais com uma forte estratégia de diversificação de mercados e fortalecimento de suas exportações. A resiliência do país aponta que Pequim está se preparando para enfrentar possíveis novas medidas de restrição impostas pelos Estados Unidos, reforçando sua posição no cenário global.

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