O dólar começou a semana em queda, recuando 0,48% e sendo negociado a R$ 5,4782 às 9h35, após uma semana de forte volatilidade impulsionada por tensões internacionais e políticas internas nos Estados Unidos. Os investidores também monitoram as projeções econômicas do Boletim Focus e os desdobramentos da paralisação do governo americano.
Mercado brasileiro e os reflexos do cenário internacional
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abriu às 10h, refletindo a cautela dos investidores diante do cenário global, que inclui a continuidade da paralisação do governo norte-americano e declarações mais moderadas de Trump sobre a China. No acumulado da semana, o dólar avançou 3,39%, enquanto o índice acionário registrou uma queda de 2,44%.
Projeções econômicas e o Boletim Focus
Divulgado pelo Banco Central nesta manhã, o Boletim Focus revelou uma ligeira redução nas estimativas de inflação para 2025, que caiu de 4,80% para 4,72%. As projeções para a taxa básica de juros (Selic) e crescimento do PIB, por sua vez, permaneceram inalteradas em 15% e 2,16%, respectivamente. Ainda segundo o relatório, o cenário para 2024 também se manteve estável, com juros em 12,25% e PIB em 1,8%.
Declarações de Trump e suas implicações
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez declarações nesta semana elogiando o líder chinês Xi Jinping, descrevendo-o como “um homem forte, muito inteligente” e um “grande líder”. Essa postura conciliadora foi vista como um esforço para amenizar a tensão após anunciar tarifas adicionais de 100% contra a China, a serem implementadas em 1º de novembro.
Trump destacou ainda que as tarifas fortaleceram a economia americana e aumentaram o poder de negociação dos EUA, afirmando estar otimista em relação ao futuro das relações comerciais com Pequim. No entanto, ele reafirmou a intenção de continuar a combater práticas comerciais consideradas injustas pela administração americana.
Paralisação do governo dos EUA e seus impactos
O impasse entre democratas e republicanos completa 13 dias, afetando diversos setores públicos e resultando em demissões de funcionários em várias agências, incluindo o Departamento do Tesouro, onde aproximadamente 1.300 trabalhadores estão sendo preparados para desligamento. Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, os recursos públicos estão sendo redistribuídos, e a paralisação já influencia a economia real do país.
Reação dos mercados globais
Na sexta-feira, os principais índices de Wall Street fecharam em forte queda, com o Dow Jones recuando 1,90%, o S&P 500 caindo 2,71% e o Nasdaq Computer caiu 3,56%, as piores quedas diárias desde abril. Por outro lado, os mercados europeus abriram em alta, impulsionados pelo fortalecimento do governo francês e a expectativa de apresentação de novo plano orçamentário.
Na Ásia, o mercado enfrentou uma semana de perdas, com Xangai registrando queda de 0,19% e Hong Kong recuando 1,52%, refletindo as reavaliações do risco de uma nova guerra comercial entre Estados Unidos e China, apesar de declarações mais conciliadoras na ocasião.
Atualizações sobre o cenário internacional
Trump também exaltou o encontro com os reféns libertados na Palestina, classificando o feito como “uma vitória incrível” para Israel e o mundo, e expressando interesse em colaborar na reconstrução da Faixa de Gaza com apoio de países árabes. Enquanto isso, a relação entre Washington e Pequim permanece tensa, mesmo com os elogios de Trump ao líder chinês.
As próximas semanas deverão ser marcadas por mais negociações internas nos EUA e pelos desdobramentos das tensões comerciais globais, que continuam influenceando as movimentações do mercado financeiro internacional.