Brasil, 14 de outubro de 2025
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Demora na cirurgia pelo SUS causa angústia a pacientes em Campinas

Estudantes e aposentados enfrentam longas esperas por cirurgias essenciais, comprometendo qualidade de vida e bem-estar.

A fila de espera por cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Campinas (SP) tem gerado angústia e sofrimento a diversos pacientes. Entre eles, o estudante Pedro Baugartener, de 17 anos, que aguarda a correção de uma deformidade nos ossos do peito há mais de um ano. Sua história é um retrato da dor e desespero que muitos enfrentam em busca de atendimento médico adequado.

Vida parada: a realidade de quem espera pela cirurgia

Pedro Baugartener nasceu com uma deformidade que prejudica sua postura e qualidade de vida. Sua mãe, Josefa Galdino da Silva, relata que após submeter seu filho a todos os exames e consultas necessárias no Hospital Mário Gatti, a cirurgia ainda não saiu do papel. “Esse ano eu recebi um e-mail do Mário Gatti dizendo que não vai fazer a cirurgia. O diretor não vai comprar o material”, afirmou Josefa, expressando a frustração da família diante da situação.

Procurada, a Rede Mário Gatti esclareceu que a compra das próteses está em andamento e que Pedro “deve ser operado nos próximos meses”. No entanto, a indefinição e a espera imensurável alimentam a incerteza e a preocupação.

Consequências físicas e emocionais da espera

Os impactos da espera não se restringem apenas a questões físicas. Os pacientes, como o motorista Eliel Alves, que também aguarda cirurgia, relatam um estado de ansiedade e incerteza constante. Após um acidente que o deixou sem movimento em seu braço direito, Eliel está afastado do trabalho. “Eu ligo lá na Secretaria de Saúde, mas eles não sabem me dizer quando será a cirurgia”, lamenta, expressando a impotência que muitos sentem ao se deparar com a burocracia do SUS.

Outro caso é o de Eva Modesto da Rocha, de 65 anos, que aguarda uma cirurgia de prótese de quadril. A aposentada sofre com dores crônicas resultantes de uma condição degenerativa. Após receber a informação de que o procedimento não está agendado pelo governo de São Paulo desde 2020, Eva e sua família se encontram à deriva em um mar de incertezas.

Falta de materiais e infraestrutura complicam atendimentos

A precariedade de materiais e infraestrutura adequada para a realização de cirurgias de alta complexidade tem gerado tumulto nas expectativas dos pacientes. Muitas vezes, a burocracia e a falta de comunicação entre as instituições de saúde tornam ainda mais difícil o acesso a tratamentos essenciais.

A Secretaria de Estado da Saúde e a Prefeitura de Sumaré se contradizem em declarações, criando um cenário confuso para as famílias. Enquanto o DRS informa que as cirurgias estão sendo feitas normalmente, a prefeitura destaca a falta de agendamentos desde 2020. Essa dissonância gera ainda mais angústia entre aqueles que estão à espera.

Impactos na qualidade de vida

Eva, por exemplo, revela como a doença tem afetado sua rotina. “Não consigo mais andar, estou vivendo à base de analgésicos”. A dor constante e o medo de ficar totalmente dependente levam à desesperança e ao desespero. Apesar de ter tentado buscar ajuda em serviços particulares, o custo elevado do procedimento, que gira em torno de R$ 40 mil, torna essa opção inviável para muitos.

Esse retrato da saúde pública na região de Campinas é um convite à reflexão sobre a urgência de soluções efetivas e rápidas para a situação dos pacientes que dependem do SUS. Cada história é um lembrete de que, por trás dos números das filas de espera, existem vidas impactadas e sonhos adiados.

O que pode ser feito?

A solução passa pela melhoria na gestão dos serviços públicos de saúde, com um foco especial na comunicação entre os diferentes níveis de governo. A transparência nas informações e a agilidade nas compras de materiais cirúrgicos são fundamentais para garantir que cirurgias essenciais sejam agendadas e realizadas sem prolongar ainda mais o sofrimento dos pacientes.

Enquanto histórias como a de Pedro, Eliel e Eva se desenrolam, a sociedade civil e as autoridades competentes devem se unir para exigir ações concretas que melhorem o acesso à saúde e recuperem a dignidade de todos os cidadãos.

O caso de cada paciente é um clamor por justiça e efetividade no sistema de saúde, uma área que deve estar, acima de tudo, a serviço da população e da qualidade de vida que todos merecem.

Para mais informações sobre o estado da saúde em Campinas, acesse o g1 Campinas.

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