Com a proximidade dos vestibulares, muitos estudantes buscam maneiras de otimizar seu tempo e potencializar o aprendizado. A inteligência artificial (IA) tem se mostrado uma ferramenta valiosa neste cenário, auxiliando desde a organização da rotina de estudos até a criação de listas de exercícios e propostas de redação. No entanto, um bom uso da IA depende de como os alunos interagem com essas tecnologias. Segundo Célio Tasinafo, diretor pedagógico do colégio Oficina do Estudante e um especialista em IA na educação, o segredo está na formulação de perguntas claras e precisas.
O papel da IA nos estudos
A IA pode ajudar de várias maneiras, desde a organização do tempo de estudo até a revisão de conteúdos teóricos. A ferramenta permite que os estudantes abordem suas dificuldades de forma personalizada. “A IA não vai dar um retorno bom se a pergunta for fraca ou muito genérica. Portanto, é essencial que o estudante saiba exatamente o que deseja,” explica Tasinafo.
Dicas práticas para usar a IA
Para maximizar o uso da IA, o professor Tasinafo reúne uma lista de 10 prompts que os vestibulandos podem usar. Aqui estão algumas sugestões e orientações para cada um:
1. Organizando a rotina de estudos
O primeiro passo é criar uma rotina semanal personalizada. Um prompt útil pode ser:
“Crie uma rotina semanal de estudos considerando 3 horas disponíveis por dia (de segunda a sábado), com foco em Matemática, História e Química, priorizando as matérias em que tenho mais dificuldade.”
Ao fornecer detalhes, como dias com mais tempo livre e preferências pessoais, a resposta da IA será mais eficaz e ajustada.
2. Revisando conteúdos teóricos
Outro uso eficaz da IA é para revisar conteúdos específicos, como Termologia. Um prompt que pode ser utilizado é:
“Explique o conteúdo de Termologia com foco nas provas da Unicamp, incluindo fórmulas e exercícios de fixação.”
A precisão da IA aumenta quando são especificados o estilo da prova e exemplos do cotidiano para contextualização.
3. Criando propostas de redação
Para aqueles que se preparam para a redação, a IA pode gerar propostas inéditas a partir de análises de exames anteriores. Um prompt útil seria:
“Baseando-se nas propostas de redação da Fuvest dos últimos 3 anos, crie duas propostas inéditas relacionadas a dilemas éticos do uso da tecnologia.”
4. Gerando listas de exercícios
Por meio da IA, também é possível criar listas de exercícios adequadas ao perfil da prova:
“Produza uma lista de 10 questões de múltipla escolha no padrão Enem sobre História do Brasil.”
5. Revisando erros em questões
Ao cometer um erro em uma questão, os alunos podem pedir explicações detalhadas:
“Resolvi a questão X e marquei B, mas o gabarito indica C. Mostre-me passo a passo onde errei.”
Evitar armadilhas ao usar IA
Embora a IA seja uma excelente ferramenta, Tasinafo ressalta que ela não deve ser vista como um atalho. “Estudantes devem evitar perguntas genéricas, como ‘me explique História do Brasil’. Quanto mais específicas forem, melhores serão as respostas,” afirma o especialista.
Além disso, é crucial revisar as informações obtidas, uma vez que a IA pode criar dados imprecisos ou errôneos. “Confiar cegamente nas respostas é perigoso. Sempre busque verificar as informações com diferentes fontes e cruzar dados,” complementa Tasinafo.
A importância de uma boa estratégia de estudo
Ao utilizar a IA, os alunos também devem ser proativos em sua abordagem de aprendizado, estabelecendo metas e horários que se adaptem à sua rotina. A chave para um bom aproveitamento da IA nos estudos é, portanto, a combinação de um planejamento eficaz com o uso inteligente da tecnologia.
Portanto, ao se preparar para um dos momentos mais importantes da vida acadêmica — o vestibular — lembre-se: a inteligência artificial pode ser uma excelente aliada quando utilizada de maneira consciente e crítica.
O que importa é não apenas conseguir informações, mas também avaliar e aplicar o conhecimento de forma profunda e relevante. Boa sorte a todos os candidatos!