Um casal de Ribeirão Preto, São Paulo, se viu envolto em uma série de transtornos após a companhia Azul Linhas Aéreas cancelar três voos que os impedem de retornar ao Brasil. O advogado Gustavo Mársico e sua esposa, a oftalmologista Fernanda Mársico, estavam em sua lua de mel na Espanha e vivenciam uma situação estressante desde o último sábado, dia 11.
Histórico da viagem e cancelamentos
Inicialmente, o retorno do casal estava agendado para um voo que deveria decolar às 13h45, horário local em Madri (8h45 em Brasília). No entanto, o voo foi cancelado sem aviso prévio. Este é apenas o mais recente de uma série de problemas que o casal já havia enfrentado, uma vez que eles também tiveram dificuldades com a viagem de ida, no dia 22 de setembro, quando o seu voo de Ribeirão Preto para Campinas foi cancelado.
“Nosso voo de Ribeirão foi cancelado ao chegarmos ao aeroporto. A Azul não forneceu transporte para Campinas, e tivemos que arcar com os custos de um táxi”, explicou Gustavo. Essa situação inicial parece ter sido um sinal do que estava por vir.
Voos cancelados e falta de assistência
No dia seguinte ao cancelamento do primeiro voo, no domingo, dia 12, o casal enfrentou mais uma frustração. Durante mais de duas horas e meia, eles e outros 300 passageiros permaneceram dentro da aeronave sem informações claras sobre o que estava acontecendo. “Não houve comunicação adequada e nem mesmo oferecimento de água ou alimentação”, lamentou Gustavo. Ele relatou que a situação se tornou caótica, com a falta de assistência sendo evidente. Muitos passageiros, incluindo o casal, foram forçados a retornar a hotéis, gerando despesas adicionais com hospedagem e alimentação, uma vez que a capacidade dos hotéis nas redondezas estava lotada.
Problemas na assistência a passageiros
“Foi muito constrangedor. Vimos pessoas que não tinham almoçado e que só foram conseguir comer muito tarde, após a ajuda de outros passageiros”, completou Gustavo, ressaltando a solidariedade que surgiu em meio ao caos. O cenário de desamparo era claro, com muitos sentindo-se perdidos diante da falta de informações e orientações por parte da companhia aérea.
Previsões de retorno e ações judiciais
Depois de uma sequência de problemas, foi agendado um novo voo para a manhã da segunda-feira, dia 13, mas este também não se concretizou. A nova previsão é que os Mársico consigam retornar ao Brasil apenas na quarta-feira, dia 15. Diante da situação frustrante e angustiante, Gustavo decidiu que irá acionar a Azul na Justiça por danos morais e materiais. “Desde o primeiro dia já tivemos problemas, e isso não é apenas nosso. Afeta mais de 300 pessoas”, enfatizou.
A resposta da Azul Linhas Aéreas
Em resposta aos fatos, a Azul Linhas Aéreas informou em nota que os cancelamentos ocorreram devido a “questões técnicas” e que todos os passageiros afetados receberam a assistência necessária conforme previsto pela Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Apesar da explicação, a insatisfação de muitos passageiros permanece evidente.
Reflexões sobre crises aéreas
Esse episódio traz à tona questões maiores e mais frequentes no setor aéreo, incluindo a falta de planejamento e suporte adequado para os passageiros. A situação enfrentada pelo casal de Ribeirão Preto pode ser um alerta sobre a importância da comunicação clara e da assistência em momentos críticos. O episódio pode ser um marco na luta dos consumidores por direitos mais fortes no contexto das viagens aéreas, refletindo a frustração de muitos diante de realizações e promessas que muitas vezes não se concretizam.
O caso dos Mársico é apenas um entre muitos que evidenciam a necessidade de melhorias significativas na prestação de serviços pelas companhias aéreas, especialmente em tempos de incertezas e desafios. À medida que essa situação se desenrola, muitos aguardam por soluções rápidas e eficazes que possam restaurar a confiança na aviação.
Enquanto isso, a expectativa é que outros passageiros e clientes se unam em suas experiências e busquem maneiras de garantir que seus direitos sejam respeitados, especialmente se investirem em sonhos como o de uma lua de mel, que deveria ser um momento de felicidade e não de frustrações.