O pequeno e fascinante país insular de Cabo Verde, localizado no coração do Oceano Atlântico, vive um momento de imensa alegria e realização. Menos de um ano antes da Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, México e Canadá, a seleção nacional de futebol garantiu sua vaga histórica no torneio. A classificação veio após uma vitória convincente sobre Essuatíni (antiga Suazilândia) por 3 a 0, com gols de Dailon Livramento, Willy Semedo e Stopira, ratificando um desempenho notável de um país que, em grande parte, está descobrindo seu potencial futebolístico.
A trajetória de Cabo Verde no futebol internacional
O feito dos chamados “Tubarões Azuis” é ainda mais impressionante considerando que Cabo Verde conquistou sua independência de Portugal em 1975. Com essa classificação, Cabo Verde se junta a Brasil, Portugal e Angola como o quarto membro da comunidade lusófona a participar de um Mundial em toda a História. Em um mais amplo contexto, o país se torna mais uma estreia esperada na Copa do Mundo, que a partir de 2026 contará com 48 seleções, abrindo mais espaço para nações em desenvolvimento.
Desafios e conquistas no caminho até a Copa
Cabo Verde é constituído por dez ilhas vulcânicas, com uma área total de 4.033 km² e uma população de cerca de 520 mil habitantes. Essa condição demográfica faz do arquipélago o segundo menos populoso na História das Copas, superando a Islândia, que contabilizava aproximadamente 404 mil habitantes em 2018. Apesar dos desafios geográficos e do significativo deslocamento de sua população para o exterior, a situação atual do futebol no país levantou o ânimo da população e melhorou gradualmente as médias de público nos jogos da seleção nacional.
O avanço de Cabo Verde nas Eliminatórias, superando um grupo competitivo que incluía seleções como Camarões e Angola, foi motivo de grande festa. A classificação foi confirmada na 10ª e última rodada, reforçando a crença de que o futebol nacional dá sinais de amadurecimento e profissionalização.
A história crescente do futebol cabo-verdiano
A seleção cabo-verdiana fez sua estreia na Copa Africana de Nações em 2013 e, desde então, tem se destacado em um percurso de crescimento. Nas edições subsequentes, chegou às quartas de final do torneio continental, estabelecendo-se como uma força emergente no futebol africano. A parte mais recente desta trajetória se consolidou sob o comando do treinador local, Bubista, que iniciou seu trabalho em 2020. A equipe alcançou resultados decisivos contra seleções já familiares aos torneios internacionais, como a vitória por 1 a 0 sobre Camarões, fundamental para a classificação ao Mundial.
Um dos heróis dessa jornada é Dailon Livramento, que, apesar de não ter feito ainda nenhum gol na atual temporada, se destacou por abrir a contagem na vitória sobre Essuatíni. Nascido em Roterdã, na Holanda, Livramento decidiu representar o país de origem de sua família, refletindo uma tendência de Cabo Verde em atrair talentos da diáspora. Outros jogadores, como Willy Semedo, também trazem suas raízes europeias para reforçar a seleção nacional.
Expectativas para a Copa do Mundo de 2026
Com a confirmação da classificação para o Mundial, a seleção de Cabo Verde já direciona suas atenções para o torneio. Uma ironia do destino é que, nos Estados Unidos, existe uma considerável comunidade cabo-verdiana, resultado de um fluxo migratório que ocorreu entre os séculos XVIII e XIX. Esta conexão histórica não apenas fortalece os laços da diáspora, mas também promete garantir uma torcida vibrante para a equipe durante a competição internacional no próximo ano.
A conquista da vaga na Copa do Mundo é mais do que um resultado esportivo; é um reflexo do crescimento e das aspirações de uma nação que vem se estabelecendo no cenário futebolístico, promovendo a união e a alegria de seu povo.
