Os desembolsos do Fundo Clima do BNDES nos nove primeiros meses de 2025 somaram R$ 4,05 bilhões, quase triplicando o total registrado em todo o ano de 2024. Segundo o banco, o aumento reflete a expansão das operações voltadas à mitigação e adaptação às mudanças climáticas, com as aprovações chegando a R$ 7 bilhões no período — um aumento de 31% em comparação com 2024. A previsão é de uso integral do orçamento de R$ 14 bilhões ao longo do ano, com dados divulgados nesta terça-feira, durante a pré-COP em Brasília, antecipados pelo blog.
Fundo Clima: impacto e avanços na transição sustentável
Quando assumiu a gestão, o Fundo Clima possuía uma carteira de aproximadamente R$ 2 bilhões. Hoje, estima-se que até o fim de 2025, esse valor alcance cerca de R$ 50 bilhões. Para se ter uma ideia da relevância ambiental, as emissões evitadas por projetos aprovados em 2024 e 2025 equivalem à redução das emissões de sete meses de veículos em São Paulo, que apresenta o maior parque de carros do país.
Reconhecido como o principal fundo climático do Sul Global, o Fundo Clima é chamado pelo banco de “FAT verde”. Como fundo de crédito, oferece juros bastante competitivos, mas os recursos não são gratuitos — são reembolsáveis, ou seja, a empresa beneficiada deve devolver o valor emprestado ao banco, desde que o projeto seja economicamente viável.
Acesso e critérios para financiamento
Para obter esse crédito, duas condições são essenciais: a primeira, a apresentação de um projeto economicamente viável sob a taxa de juros ofertada; a segunda, o compromisso da empresa de investir em seu próprio projeto, assumindo o reembolso ao Fundo Clima. O fundo conta com um comitê gestor que inclui representantes da sociedade civil, movimentos sociais, comunidades indígenas, do movimento negro, da agricultura e da indústria, presidido pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Este colegiado decide quais projetos serão financiados.
Projetos prioritários e setores destacados
Com processos de seleção, setores mais maduros na transição ecológica vêm se destacando. A geração de energia solar liderou em 2024, com 17 operações totalizando R$ 2,84 bilhões. A mobilidade urbana, com foco na eletrificação do transporte público, recebeu R$ 445,5 milhões em seis operações, essenciais para a descarbonização do transporte coletivo municipal.
A produção de álcool, alternativa aos combustíveis fósseis, recebeu R$ 2,5 bilhões distribuídos em cinco projetos. Na indústria, há iniciativas de reuso de óleo, além de avanços em biometano e biogás. Em inovação, o banco aprovou R$ 200 milhões para a Embraer desenvolver protótipos do carro voador e, futuramente, veículos comerciais elétricos. Também foi aprovado um financiamento de R$ 1 bilhão para restauração florestal.
Setores públicos e ações de adaptação
O setor público aparece como protagonista, com R$ 914,9 milhões distribuídos em três operações voltadas a projetos de acesso à água, redução de riscos de enchentes e iluminação pública. Um exemplo é o projeto de redução de risco de enchente em Campinas, que conta com apoio do Fundo Clima e do Fundo de Participação dos Municípios, por meio de garantias públicas. O programa Cidades Resilientes, do BNDES, incentiva a estruturação de projetos de adaptação às mudanças climáticas para cidades e governos estaduais, cobrindo desde eventos extremos até incêndios florestais.
Segundo especialistas, esses investimentos representam passos decisivos na estratégia de transição sustentável do Brasil, reforçando a importância do Fundo Clima no cenário 글로벌 de financiamento climático.
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