Nesta segunda-feira (13), o Banco Central (BC) autorizou um aumento de capital de R$ 840 milhões em duas instituições controladas pelo Grupo Banco Master. A decisão ocorre pouco mais de um mês após o BC rejeitar a proposta do Banco de Brasília (BRB) de adquirir o controle do banco paulista, avaliada em R$ 2 bilhões.
Detalhes do aumento de capital
Segundo o BC, o Banco Master Múltiplo receberá uma injeção de R$ 420 milhões, elevando seu capital social para R$ 1,586 bilhão. Já a Will Financeira, braço digital do grupo conhecido como Will Bank, terá um aporte de R$ 419 milhões, passando a possuir um capital de R$ 789 milhões. O repasse visa reforçar a estrutura financeira das controladas, em meio à maior revisão de regulações do setor nos últimos anos.
Contexto e controvérsia
A capitalização acontece cerca de um mês após a rejeição da proposta do BRB de adquirir 49% das ações ordinárias e tudo das preferenciais do Banco Master, participação que lhe daria 58% do controle da instituição. A operação, avaliada em R$ 2 bilhões, foi barrada após análise regulatória e contestações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que apontou irregularidades processuais.
A rejeição marcou uma das negociações mais polêmicas do setor financeiro em 2025. O Banco Master atraiu desconfianças por sua política de captação agressiva, oferecendo rendimentos superiores ao CDI, até 140%, lastreados em ativos de risco, como precatórios (dívidas judiciais do governo).
Reforço no patrimônio e cenário regulatório
Mesmo diante da instabilidade, o Grupo Banco Master manteve seu plano de reforço patrimonial. Com os aportes de R$ 1 bilhão cada realizados anteriormente ao longo do ano, o total investido na companhia chega a R$ 2,84 bilhões em 2025. Enquanto isso, o Will Bank, controlado pelo grupo, permanece listado como ativo à venda, num esforço de estabilizar sua liquidez e finanças diante de pressões regulatórias e especulações sobre sua solvência.
As mudanças nas regras do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), adotadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em agosto, também reforçam o ambiente de maior prudência. As novas regras, que entram em vigor em junho de 2026, visam limitar a alavancagem e aumentar as contribuições de bancos considerados de maior risco, reduzindo riscos morais no setor.
Perspectivas futuras
A aprovação do aumento de capital, apesar das restrições à aquisição pelo BRB, indica que o Grupo Banco Master pode continuar operando sob condições mais rigorosas de capitalização e regulação. Essa estratégia busca garantir a estabilidade financeira do conglomerado e preservar sua liquidez, diante de um cenário de maior controle regulatório e investigação de suas práticas.
Segundo o Banco Central, a medida é parte de esforços para fortalecer o sistema financeiro e evitar riscos excessivos, em um momento de revisão das regras para o setor. A expectativa é que, com o reforço de capital, as controladas do grupo possam se recuperar e retomar seu planejamento de crescimento sustentável.
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