O União Brasil, partido que surge como uma nova força no cenário político brasileiro, está em meio a uma crise interna que envolve a permanência do ministro do Turismo, Celso Sabino. O partido, que deseja se consolidar como uma alternativa de direita contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026, decidiu encerrar a filiação de seus membros ao governo federal, o que complicou ainda mais a situação do ministro que insiste em permanecer no cargo.
Processo de expulsão e suas implicações
A situação se agrava com a decisão do União Brasil de iniciar um processo de expulsão contra Celso Sabino. O ministro já perdeu o comando do diretório do partido no Pará e foi afastado de suas atividades partidárias, mas, segundo informações, ele deverá passar por um processo que pode durar dois meses no Conselho de Ética da legenda. O partido vê na permanência de Sabino no governo um “bode na sala”, uma referência a uma situação incômoda que precisa ser resolvida para que a sigla possa avançar em suas estratégias eleitorais.
Com a intenção de construir uma candidatura robusta à presidência em 2026, o União Brasil ordenou que todos os seus filiados abandonem cargos no governo federal, criando um ambiente de tensão, especialmente com a resistência de Sabino em deixar sua posição. O ministro, que chegou a sinalizar sua saída, permaneceu leal ao presidente Lula após uma conversa com ele, o que despertou descontentamento entre seus colegas de partido.
A permanência de Sabino e suas repercussões políticas
A permanência de Celso Sabino no governo nos próximos 60 dias poderá trazer à tona novas complicações para o União Brasil. Fontes internas sugerem que a situação pode se tornar insustentável, pois há líderes do partido, como o governador Ronaldo Caiado, que ameaçam deixar a sigla caso a expulsão não se concretize. Caiado, que é pré-candidato à presidência, advoga por um União Brasil livre da influência do Centrão e acredita que a continuidade de Sabino no governo pode prejudicar essa imagem.
O relator do processo de expulsão de Sabino, Fábio Schiochet, reafirmou que a ação tem um prazo legal de 60 dias, mas indicou que o ministro deve buscar um novo partido. Essa situação acentua a pressão sobre Sabino, que precisa decidir rapidamente sobre seu futuro político.
O papel da COP30 na decisão de Sabino
Por outro lado, a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada em novembro no Pará, onde Sabino é o ministro do Turismo, traz uma nova dimensão à sua permanência. A conferência pode trazer visibilidade e resultados positivos para o ministro, que optou por protelar sua saída em função desse evento crucial. Sabino espera que sua participação na COP30 possa fortalecer sua posição e, possivelmente, influenciar sua decisão de deixar o partido.
Recentemente, em um evento ao lado de Lula em Belém, o ministro fez elogios ao presidente, reforçando suas ligações, o que parece contradizer as diretrizes do União Brasil. Ele afirmou que não abandonaria Lula, levando a especulações sobre como essa lealdade pode impactar sua permanência dentro do União e o seu futuro político.
Próximos passos para o União Brasil
O União Brasil, em sua busca por um novo rumo, precisa gerenciar cuidadosamente a situação de seu ministro do Turismo, ao mesmo tempo que estabelece uma estratégia para as eleições de 2026. A capacidade de lidar com as dissidências internas será fundamental para a construção de uma imagem sólida diante do eleitorado. Enquanto isso, Celso Sabino permanece em uma encruzilhada, avaliando as melhores opções para seu futuro, com as tensões políticas crescendo dentro do partido.
Com as decisões e eventos que se desenrolam nas próximas semanas, a situação do União Brasil promete continuar em destaque no cenário político brasileiro, refletindo as complexidades e desafios que surgem na busca por um espaço representativo e competitivo nas eleições futuras.
