Brasil, 12 de outubro de 2025
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Primeiro ponto de inflexão climático já foi ultrapassado, indicam cientistas

Relatório revela que os recifes de corais estão passando seu limite de resistência ao aumento das temperaturas oceânicas

O planeta Terra atingiu seu primeiro ponto de inflexão climático, segundo um relatório divulgado hoje por cientistas da Universidade de Exeter. A análise aponta que os recifes de coral de águas quentes estão sofrendo danos irreversíveis, indicativos de uma mudança global em andamento devido ao aumento das temperaturas oceânicas.

Recifes de coral e o limite do aquecimento global

O estudo, realizado por 160 pesquisadores de 23 países, revela que cerca de 80% dos recifes de coral do mundo já enfrentam ondas de calor intensas, branqueamento e morte de corais, fenômenos associados ao limite de resistência destes ecossistemas. “Estamos em uma nova realidade climática”, afirmou Tim Lenton, diretor do Global Systems Institute na Universidade de Exeter, que liderou o relatório. “Cruzei o limite de 1,5°C de aquecimento global acima do período pré-industrial, e isso coloca o planeta na zona de perigo para o aumento de mais pontos de inflexão climática.”

Consequências e limites ambientais

O documento destaca que o aquecimento global deve atingir 1,5°C nos próximos cinco anos, segundo previsões da Organização Meteorológica Mundial. Este limite, uma vez ultrapassado, provocará eventos climáticos mais frequentes e severos, além de impacto na produção de alimentos e acesso à água, fatores já sentidos por várias regiões vulneráveis ao clima extremo.

Além dos recifes, os cientistas alertam que a transformação da floresta amazônica em uma savana seca está próxima de seu limite, estimado em 1,5°C de aumento de temperatura. Essa mudança afetaria mais de cem milhões de pessoas que dependem da floresta para subsistência, além de ampliar o risco de colapso da Circulação Meridional do Atlântico, que regula as correntes oceânicas no Atlântico.

Impactos irreversíveis e ações urgentes

O relatório reforça a necessidade de ações rápidas e eficazes, incluindo investimentos em conservação, restauração de ecossistemas e adoção de tecnologias limpas. Apesar das preocupações, há sinais de mudanças positivas, como a adoção de veículos elétricos e fontes de energia solar, que podem se tornar processos de mudança auto-sustentáveis, segundo Lenton.

Perspectivas para o futuro

Os autores enfatizam que o mundo precisa evitar ultrapassar a marca de 1,5°C de aumento de temperatura, a fim de prevenir impactos catastróficos. Caso os limites sejam atingidos, eventos como o colapso das correntes oceânicas do Atlântico podem transformar o clima de regiões como Europa e África, afetando a agricultura e o bem-estar global.

A emergência climática exige ações coordenadas e urgentes para evitar uma trajetória irreversível de mudanças ambientais globais, alertam os cientistas.

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