Brasil, 12 de outubro de 2025
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Jorge Messias busca apoio para possível indicação ao STF

Advogado-geral da União, Jorge Messias angaria apoio entre evangélicos para sua indicação ao Supremo Tribunal Federal.

O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, está sendo cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Sua indicação tem gerado expectativas, fidelizando apoiadores tanto entre setores mais progressistas quanto entre conservadores do segmento evangélico, que enxergam a possibilidade inédita de ter dois ministros crentes no STF. Messias é apoiado por lideranças evangélicas do Partido dos Trabalhadores (PT) e busca acenar para os fiéis, refletindo os esforços do governo Lula para aproximar-se desta fatia do eleitorado.

Um nome de confiança para Lula

Messias já havia sido cogitado para o STF em 2023, quando o presidente Lula optou por seu ex-advogado, Cristiano Zanin, e pelo então ministro da Justiça, Flávio Dino. A aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso trouxe novamente o nome de Messias à tona. Ele é considerado uma figura de confiança por Lula e, sendo um evangélico declarado, se alinha à estratégia do governo de dialogar mais com a comunidade religiosa.

Raízes evangélicas e atuação na comunidade

Crescendo em um lar evangélico, Messias frequentemente menciona em seus discursos a influência dos pais no seu caminho religioso. Ele tem sido um membro ativo da Igreja Batista Cristã em Brasília desde 2016, onde ocupa funções como diácono e já fez parte do conselho fiscal. O pastor Sérgio Carazza, que lidera a igreja, ressalta o comprometimento de Messias com a comunidade, destacando seu papel ativo e seu caráter de “evangélico raiz”.

Messias é conhecido por seu trabalho em estabelecimentos educacionais e sua defesa da liberdade religiosa, tendo se posicionado contra a restrição do proselitismo em escolas confessionais, que incluem instituições evangélicas e católicas. O ministro já foi reconhecido por entidades evangélicas, como a Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure), como uma ponte importante entre o governo e as discussões educacionais no país.

Interlocução com diferentes vertentes do evangelismo

Embora Messias tenha ainda uma interlocução mais tímida com líderes pentecostais e neopentecostais, ele tem tentado aproximar-se desses grupos desde o início do governo Lula. Participações em eventos, como a Marcha para Jesus, têm sido estratégicas. Em 2023, durante um evento religioso, ele foi vaiado ao mencionar o nome de Lula, mas posteriormente ganhou aplausos ao expressar sua admiração por um líder religioso.

Curiosamente, até mesmo pastores próximos a Bolsonaro têm uma visão neutra sobre Messias, com o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmando que não fará campanha contra sua eventual indicação ao STF, destacando que não questiona a moralidade de Messias, apesar da divergência ideológica.

Possibilidade de um Supremo com dois ministros evangélicos

Se Messias for nomeado ao STF, será a primeira vez que a Corte terá dois ministros declaradamente evangélicos. O outro ministro evangélico é André Mendonça, indicado no governo anterior, que também mantém uma relação cordial com Messias. Nos eventos recentes, Messias demonstrou um tom conciliador, mesmo ciente de que muitos dos integrantes da bancada evangélica não são apoiadores de Lula.

Messias também deixou claro em vídeos e declarações públicas que acredita na importância da laicidade do Estado, defendendo que isso garante a liberdade de culto e exercício da fé. Essa postura ecoa as reflexões históricas sobre a presença das igrejas protestantes no Brasil e a necessidade de separação entre religião e governo.

A aceitação do nome de Messias entre os evangélicos

Integrantes do PT consideram que Messias tem se posicionado como um “meio de campo” entre o presidente Lula e as comunidades evangélicas. O pastor Cesário Silva, membro do Movimento Evangélico Progressista, reforçou que o nome de Messias é bem aceito tanto por evangélicos progressistas quanto conservadores.

Conforme as especulações sobre sua possível indicação ao STF crescem, a comunidade evangélica, em sua diversidade, continua a manifestar apoio ao advogado-geral, evidenciando a relevância do diálogo entre a política e a religião no Brasil contemporâneo. Messias aparece, assim, como uma figura que busca unir forças, independente das linhas ideológicas, em busca de um espaço significativo no Supremo.

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