PORTUGAL — O partido de ultradireita Chega, fundado em 2019, anunciou sua primeira vitória na gestão de uma prefeitura em Portugal, conquistando o município de São Vicente, na Ilha da Madeira. A eleição ocorreu neste domingo, e o candidato José Carlos Gonçalves recebeu quase 50% dos votos, segundo dados do Ministério da Administração Interna com 97,6% das urnas apuradas.
Primeira vitória do Chega na política local
Apesar de sua ascensão em nível nacional e do crescimento de sua base de apoiadores, o Chega ainda busca consolidar sua presença em cargos de maior destaque, como prefeituras em centros urbanos. Em São Vicente, a conquista é vista como um marco para o partido, que se caracteriza por uma postura anti-imigração e discursos considerados controversos.
Até o momento, o partido tentou obter uma vitória expressiva em municípios de maior relevância política, como Lisboa, onde a deputada Rita Matias liderava as pesquisas, mas ficou em terceiro lugar na apuração de Sintra, atrás do Partido Social Democrata (PSD) e do Partido Socialista (PS).
Perfil do novo prefeito e conjuntura eleitoral
José Carlos Gonçalves, eleito nesta eleição, destacou-se como candidato do Chega, que obteve quase 50% dos votos. Sua vitória é vista como uma novidade para o cenário político local, tradicionalmente dominado por forças mais tradicionais. No entanto, a sigla ainda não conseguiu seu objetivo de vencer em municípios de maior expressão, como Lisboa ou Sintra.
Rita Matias, deputada e figura de destaque do partido, tinha esperança de conquistar a prefeitura de Sintra, uma das maiores regiões metropolitanas do país, mas ainda lidera nas pesquisas, ficando atrás do PSD e do PS.
Controvérsias e discurso de campanha
Rita Matias é acusada de defender uma postura de remigração forçada — a volta compulsória de estrangeiros ao seu país de origem — e de ter utilizado argumentos polêmicos durante a campanha, como a oposição às manifestações de mulheres usando hijabs.
Além disso, a deputada ganhou notoriedade por uma atuação controversa como parlamentar, ao divulgar nomes e sobrenomes de crianças imigrantes matriculadas em escolas públicas, o que gerou processos judiciais contra ela. Matias afirmou ter realizado um acordo sigiloso para escapar de eventuais penalidades.
Perspectivas futuras para o partido
Especialistas avaliam que a vitória em São Vicente marca um avanço para o Chega na política local, mas reforçam que o partido ainda enfrenta desafios para consolidar sua presença em municípios maiores e de maior destaque político. Observa-se, também, que a sigla ainda luta para ampliar sua influência em nível nacional.
A expectativa é que o partido continue buscando ampliar sua articulação e conquistar novas prefeituras nas próximas eleições, embora ainda enfrente uma forte resistência de setores tradicionais e de partidos mais estabelecidos.
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