Na véspera do Super Bowl, a Turning Point USA anunciou a realização de um show de intervalo alternativo, chamado “The All American Halftime Show”, que acontecerá no mesmo dia do espetáculo oficial, estrelado por Bad Bunny. A iniciativa busca celebrar a cultura Americana com gêneros como country, rock clássico, pop e hip-hop em inglês, num movimento entendido como resposta à escolha de um artista latino-americano para o evento principal.
Reação ao anúncio e contexto político
Fundada por Charlie Kirk, a organização conservadora que atualmente é liderada por Erika Kirk, viúva do fundador, tem como objetivo promover a “liberdade” e valores tradicionais. Comumente criticando artistas de origem latina ou com propostas mais progressistas, a Turning Point USA divulgou nas redes sociais a campanha para votos na plataforma AmericanHalftimeshow.com, onde os fãs podem escolher os gêneros musicais que desejam ver no evento paralelo.
A proposta, que inclui opções como “anything in English” (qualquer coisa em inglês), tem gerado debates acalorados. Algumas críticas acusam a iniciativa de racismo e de querer desfazer a presença de Bad Bunny, Puerto Rican e cidadão dos Estados Unidos por nascimento, na programação oficial do Super Bowl, que ocorreu na mesma data.
Polêmica com a cultura e história de Puerto Rico
Bad Bunny, de origem porto-riquenha, foi escolhido para o show de intervalo do maior evento esportivo dos EUA, o que gerou reações controversas entre conservadores. Alguns consideraram a escolha uma afronta à “autenticidade americana”, ignorando que Puerto Rico é um território sob jurisdição dos Estados Unidos, e que o artista, portanto, é também cidadão dos EUA.
O próprio cantor, ao abordar a backlash em sua participação no programa Saturday Night Live, brincou sobre a situação: “Vocês têm quatro meses para aprender”, referindo-se às críticas sobre suas músicas em espanhol.
Reação pública e opiniões na internet
Nas redes sociais, internautas reagiram com críticas às ações da Turning Point US, com comentários dizendo que a organização busca exclusividade cultural por motivos políticos e racistas. Uma publicação afirmou: “Quando os brancos não são o centro das atenções”, enquanto outra destacou: “Bad Bunny é porto-riquenho, Puerto Rico é território dos EUA… Já é um Super Bowl ‘All American’.”
Há também análise de que a iniciativa é uma tentativa de manter uma narrativa cultural tradicional, que rejeita a influência latina e outros estilos musicais mais contemporâneos. Especialistas alertam para o risco de reforço do racismo institucional e da intolerância cultural.
Quem será o cabeça de cartaz do show “All American”?
Até o momento, os organizadores não divulgaram quem será o artista principal do evento alternativo. Rumores apontam para nomes como Lee Greenwood e Kid Rock, ícones de um estilo mais patriota e conservador, com a expectativa de que seus toques musicais reforcem a mensagem de “orgulho nacional”.
O próximo passo da Turning Point USA deve ser a confirmação formal do lineup, enquanto as redes continuam discutindo a polêmica em torno do verdadeiro significado de “americano” no contexto atual.