Brasil, 11 de outubro de 2025
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Sora, o novo app de vídeos da OpenAI, desafia nossa noção de realidade

Ferramenta de inteligência artificial gera vídeos realistas, levantando questões sobre autenticidade e manipulação digital

Este mês, a OpenAI lançou o aplicativo Sora, que permite aos usuários criar vídeos de aparência realista apenas digitando uma descrição. A inovação provoca diálogos sobre os limites da confiança em imagens e vídeos digitais na era da inteligência artificial.

Como o Sora funciona e suas aplicações

Disponível gratuitamente para iPhones, o Sora funciona inicialmente por convite, com usuários compartilhando códigos em plataformas como Reddit e Discord. Após o acesso, é possível gerar vídeos inserindo prompts, como “uma luta entre Biggie e Tupac no estilo do anime Demon Slayer” ou fazendo upload de uma foto real para criar um vídeo a partir dela.

Desde seu lançamento, o aplicativo tem sido utilizado de forma divertida por internautas, que criaram cenas fictícias de animais ou celebridades em situações inusitadas. No entanto, sua capacidade de produzir imagens altamente realistas também preocupa especialistas e Hollywood, devido ao risco de uso malicioso.

Implicações e riscos da tecnologia de IA

A tecnologia do Sora e outros geradores de vídeo por IA, lançados também pela Meta e pelo Google neste ano, representam uma mudança radical na produção de conteúdo visual. Segundo o professor Hany Farid, da Universidade da Califórnia, “a sociedade terá de aprender a tratar vídeos com o mesmo ceticismo que já temos com as palavras”.

Embora a OpenAI tenha criado restrições para evitar abusos, como conteúdos pornográficos ou propaganda terrorista, usuários já produziram materiais preocupantes, incluindo vídeos falsos de acidentes, alegações de saúde e difamações. Além disso, vídeos de alta qualidade podem ser manipulados para cometer fraudes ou enganar o público.

Desafios na identificação de vídeos falsos gerados por IA

O aplicativo adiciona marcas d’água nos vídeos produzidos, com o objetivo de facilitar a identificação de conteúdo gerado por IA, mas já há relatos de usuários que conseguem removê-las. Os vídeos, geralmente curtos, também apresentam erros de fala ou grafia, sinais evidentes de manipulação.

Especialistas alertam que a tecnologia evolui rapidamente, e qualquer estratégia para distinguir o real do falso pode se tornar obsoleta. Segundo Hany Farid, “uma das formas mais seguras de proteção é parar de confiar cegamente no que vemos em plataformas como TikTok e Instagram”.

Medidas para a proteção e controle

A OpenAI divulgou que está coletando feedback e pretende dar maior controle aos detentores de direitos autorais sobre os conteúdos gerados com o Sora, incluindo mecanismos para rastrear vídeos e proteger propriedade intelectual. Segundo o CEO Sam Altman, a empresa também trabalha para permitir que artistas e criadores lucram com suas criações.

Por outro lado, estúdios e empresas de tecnologia estão preocupados com o impacto do Sora na indústria do entretenimento, especialmente por violações de direitos autorais e a proliferação de conteúdo falso. No Brasil, o app já é o mais baixado na App Store da Apple, sinalizando a urgência de uma discussão ética e regulatória mais aprofundada.

O que esperar do futuro da inteligência artificial na mídia

Com a ascensão de geradores de vídeos por IA, o conceito de “fato visual” está sendo desafiado. De acordo com o especialista Lucas Hansen, “ninguém vai mais estar disposto a aceitar vídeos como prova de nada”. Assim, a sociedade precisará desenvolver novos critérios de verificação e pensar na responsabilidade por conteúdos manipulados, enquanto a tecnologia avança rapidamente.

Para quem deseja se informar, recomenda-se acompanhar novidades sobre ferramentas de verificação digital e os limites éticos da inteligência artificial, que prometem transformar ainda mais a nossa relação com a mídia e a informação.

Mais detalhes sobre o lançamento do Sora e seu impacto podem ser acessados em este artigo do O Globo.

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